O pequeno grande Muras me mandou o link acima e não aguentei, tive que comentar o texto, segue aqui o meu comentário:
Eis a era da (des)informação. Aos excluídos a ignorância, aos privilegiados o excesso de informação que garante a alienação. Sem dúvida que a nossa educação fomenta isso e tende para o pior.
A primeira, a arte, entendo que reflete para a história o momento que vivemos. Cada um por si e todos atrás das verdinhas. Logo, o que se vê de produção musical, literária e etc, nos leva a entender que ninguém quer consumir informação e cultura, o negócio é o entretainment, a fuga do inconsciente coletivo pra continuar vivo nesse mundo louco que nos faz ser a cada dia mais sem noção. Pensar e questionar dá trabalho! Quem dirá consumir informação de qualidade. Não é à toa que os títulos mais procurados nas livrarias são os livros de auto-ajuda.
Se tentarmos catalogar, por exemplo, as produções musicais a partir da década de 80, veremos como anda a nossa "qualidade". Logo, quem se compromete com essas coisas está fadado ao underground ou alternativo e tome rótulos.
Ou seja, se o que vende é Bonde do Tigrão e Ivete Sangalo, não espere que o Wikipedia seja mais visitado que o site da Paris Hilton.
O outro lance que me passou na cabeça ao ler o texto, foi sobre a produção de conteúdo jornalístico. Este sim sinaliza a nossa total falência. Um exemplo clássico é aquela revista semanal que tem mais figurinhas do que texto no seu conteúdo e quando você começa a ler a matéria, além de estar recheada de adjetivos e opiniões próprias, ela acaba sem mais nem menos. E isso não é à toa, o editor entendeu que matérias extensas cansam e são ignoradas pelos leitores. O que o brasileiro gosta mesmo é de enlatado, alguém em quem ele possa confiar como fonte de informação.
Se já vínhamos validando tudo que a mídia viciada noticia como verdade sem senso crítico para avaliar os fatos e chegar a uma opinião própria sobre o assunto reportado, agora com a "grande rede" temos mais um problemão. Ou seja, um universo infinito de conteúdo, com interatividade e liberdade para publicação, onde vejo muita gente acreditando piamente nos blogs (narrativa em primeira pessoa que expressa a opinião pessoal de quem a publica), onde se o fulano botou no blog é verdade... Sem contar que na Internet a inibição é aniquilada pela possibilidade de assumir a personalidade que se desejar virtualmente. Outra noção errada sobre responsabilidade no mundo digital, onde os internautas não se julgam tão responsáveis pelo que publicam.
Voltando ao ponto inicial sobre os moldes da sociedade capitalista ocidental, relacionando com a educação de massa oferecida pelo Estado Brasileiro, temos como reflexo os fóruns de discussão, blogs e Orkut que nos deixam pasmos com a própria ortografia e gramática empregadas nos textos. Nem vou comentar sobre o dialeto MSNnês, um verdadeiro crime contra o próprio idioma.
Soluções?! Educação, em casa e na escola! Mas um conselho primordial é que os pais acompanhem mais de perto o que os filhos andam acessando na Internet, já que para a minha geração, os pais não faziam idéia do que é a tal internet.
Um comentário:
O blog é interessante pra formar discussões, senso crítico, pra expor opiniões, o contrário do orkut que pra muitas pessoas é só pra xeretar mesmo, pra saber da vida de outra pessoa. Nas comunidades do orkut é dificil encontrar um assunto interessante a ser discutido, são somente perda de tempo, assuntos banais, piadinhas infames. Coitada dessa nova geração, jovens fúteis, que se não tiverem o hábito de ler, vão ser cada vez mais alienados da realidade e vão ser brinquedos na mão dos "poderosos". Isso sem falar do nosso lindo português, imagina se vem a ser a linguagem de internet?
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