segunda-feira, junho 12, 2006

Globalização do credo!

Num país onde quem sabe ler não entende mais de 30% de qualquer texto, o enlatado é o mais consumido. Culpa de quem? Me intriga muito como as coisas se relacionam para atender aos interesses comuns entre os setores do poder. A igreja, a política, o poder monetário, o fisco, a cultura e carência do povo brasileiro.
Enquanto imaginamos que no mundo não há mais espaço para as sociedades teocráticas, ficamos a mercê de empresários da fé. Trabalhando como verdadeiras transnacionais com seus capitais estrangeiros dentro do país, seja fazendo lob como governo ou com seus diferentes produtos e serviços a disposição daqueles que acreditam em algo melhor que o inferno que vivemos.

Nas entrelinhas das massivas campanhas publicitárias está sempre presente a promessa de um mundo melhor. Afinal, se não sabemos o que acontece depois do destino que iguala todos os seres da natureza, precisamos acreditar que do "outro lado" as coisas sejam melhores do que as atuais circuntâncias. E qualquer investimento neste sentido é o próprio exercício da fé, e logo é válido de alguma forma. Continuamos exercitando a fé quando ouvir idéias alheias é menos oneroso do que pensar.

Cito produtos pois as empresas que formam as igrejas evangélicas tem diversas faces, cada uma atendendo ao seu segmento. Isso não questão ideológica, não entre no consumismo de santinhos, camisetas, livros, cds, dvds, etc. Comparando com qualquer transnacional, os investimentos iniciais vieram de fora, dos reinos estadunidenses da fé, comercializam a fé criando necessidades de salvação, possuem o marketing mais agressivo do mercado, são isentos de impostos e ficam sem prestar contas ao estado, à sociedade e seus próprios fiéis.

A cada eleição, eles colocam um numero maior de representantes no governo, de forma a fomentar e exercer controle visando a manutenção das próprias regalias. Hoje falamos de 35% de representação entre os três poderes. Eis a ironia do Partido Liberal!

Os veículos de controle nacional, as tão conhecidas concessões do Estado e até mesmo canais particulares das redes de TV à cabo, estão cada vez mais congestionadas com figuras pedindo dízimos em troca de salvação. E cá entre nós, em todas as camadas sociais, o que mais desejamos nesta vida é estar a salvo.

Temos então o cenário perfeito. Povo carente, isenção de impostos, parlamentares, meios de comunicação de massa, controle ideológico e financiamento popular. Como parar tudo isso?

Minha sugestão é simples, Edir Macedo para presidente da República das Bananas. Afinal o Vaticano é muito arcaíco com suas dioceses e funcionários, parece uma verdadeira Estatal, não tem como concorrer. As culturas religiosas afro-descendentes não representam ameaça. A classe política tá desacreditada, e a República é um aborto nacional, seu modelo de representatividade nunca funcionará aqui, é balela, e todos sabem disso.

Eis que instituido o Estado Teocrático e a censura, poderemos explicar facilmente ao povo como que um país como o Brasil não vai para a frente. Resposta, por simples determinação divina. Não precisaremos ler, pois os sacerdotes (pastores) o farão nos cultos por nós, não precisaremos mais comer pois o alimento será espiritual, não precisaremos de escolas, iremos aos templos, a saúde pública será feita rezando, a constituição pode ser jogada no lixo, afinal não serve pra nada e a desgraça nossa de cada dia é a vontade de Jesus, assim seja, amém, aleluia!
Quase esqueci de citar que os seres pensantes serão presos ou mortos como falsos profetas, prefeito!


Globalizar a fé é um caminho interessante. Logo logo Hollywood entra na jogada e comeremos o pão de cristo com hamburger e picles e seu vinho sagrado será vendido com copo refil de 750ml. Claro, tudo taxado em dólar.

Filhos da puta, carniceiros, queimem no mármore do inferno!

P.S.: As putas que me perdoem, é só uma força de expressão.
P.S2.: Qualquer semelhança com outros momentos históricos é mera coincidência.

Wil

Um comentário:

Caio Calazans disse...

O Protestantismo ganha espaço em populações onde a palavra pensar não tem eco.

Prestação de contas não existe, ganham cada vez mais espaço nas tv´s pregando a intolerância, o preconceito e o desrespeito às crenças alheias.

Não acho q Estado Teocrático é uma coisa q pode acontecer, mas a Evalgelização do pensamento coletivo é o mais foda.