segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Fura Fila -> VIP (Yes, Sir... No, Sir!)

Meu preconceito contra o conceito de VIP me deixou intrigado. A argumentação do grande pequeno Murari me fez repensar o tema. Será natural me contradizer no texto, afinal estou revendo o meu "preconceito".

Tentarei me enforcar um pouco mais no meu próprio anti-elitismo e combate ao auto-favorecimento em detrimento do próximo. O qual poderia se justificar pelo preconceito social já sofrido na minha medíocre vidinha. O que também me permitiria ser preconceituoso, socialmente dizendo. Mas seria muito infantil. Concordo em gênero, número e grau que o preconceito é ridículo. Porém, quem nunca foi ridículo, que atire o primeiro tijolo. Ou seja, sou preconceituoso sim, hipócrita não.

Sempre me incomodou o tal “Você sabe com quem está falando?”, muito utilizado pelos babacas sustentados por uma posição social, por uma farda, cartão, dinheiro ou qualquer bosta que faça a pessoa se sentir no direito de tripudiar em cima dos seus semelhantes. E nessa ótica, é possível que o meu preconceito se manifeste contra a hipocrisia, e também se manifesta no sentido de crer e agir como se nenhuma pessoa mereça atendimento diferenciado.

Quanto ao tratamento especial que algumas pessoas necessitam, compreendo como algo circunstancial. Ou acabaria tachando-as como babacas também. Em especial as quais possuem algum tipo de limitação motora ou mental, etc. O que ao meu ver não é tratamento especial e sim uma flexibilidade necessária para integrar todos.

O bom senso, respeito e amor ao próximo, são os meus principais valores que sustentam o meu preconceito social. Visto que a argumentação baseada em valores humanos hoje é algo que beira à ingenuidade e ao romantismo.

Recorro novamente à etimologia:

VIP (da expressão inglesa very important person tradução literal para "pessoa muito importante"), é uma sigla que designa uma pessoa importante, influente, um alto funcionário com privilégios especiais.

Preconceito é uma atitude discriminatória que se baseia nos conhecimentos surgidos em determinado momento como se revelassem verdades sobre pessoas ou lugares determinados. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são o social, racial e sexual.

Preconceito social é uma forma de preconceito a determinadas classes sociais.

É uma atitude ou ideia formada antecipadamente e sem qualquer fundamento razoável; o preconceito é um juizo desfavorável em relação a vários objectos sociais, que podem ser pessoas, culturas.

Logo, o conceito de VIP não é algo que eu considere danoso a sociedade, pelo contrário, é necessário. Quanto a distinção entre pessoas “iguais” em locais públicos mediante pagamento, não considero saudável. Num primeiro momento devido à diferenciação que não possui argumentos além da condição econômica. Acho simplesmente ridículo favorecimento em função da grana. Não sou psicanalista, mas se a “vantagem” alimenta o ego no sentido de imaginar-se melhor que o próximo, é então, aí que cabem as minhas mais duras críticas e até o ceticismo.

Também posso entrar na questão semântica da coisa. Tomando como exemplo um jogo de futebol. Existem diferentes preços para diferentes posições e acomodações dos torcedores. Pois bem, os melhores lugares, com os melhores ângulos de visão do campo são mais caros. Poderíamos encaixar no mesmo conceito VIP? Sim e não. É aí que entra a semântica e a circunstância.

Quem pode pagar mais, é por que trabalha mais e ganha mais? Por que a maioria espera na fila e o outro entra pelos fundos? Qual a prioridade entre semelhantes, quais as regras, como se classificam?

Pois bem, que eduquemos nossos filhos com os preceitos de que sucesso é grana e, grana é o passaporte que abre todas as portas. Justiça, sócio-democracia, igualdade, fraternidade e o que dizer da tal liberdade e direitos e seus respectivos limites?

Me desculpem, mas o intolerável é a petulância dos arrogantes egocêntricos já catequizadas ao neo-liberalismos-destrutivo. E que merda eu continuar crendo que podemos viver melhor nesse mundo que criamos com nosso “jeitinho” dia-à-dia.

Ainda vai correr muita água embaixo das pontes dos “córgos” e barracos até eu assimilar o óbvio dessa cegueira coletiva que diz: “Se você pode bancar, você tem o direito de ter privilégios”.


P.S.: Clique no título para ver uma matéria da CartaCapital sobre o Parque Hopi Hari



INCRA

FALECIMENTO DE SEM-TERRA e DESCASO DAS AUTORIDADES

O MTL-MG (Movimento Terra Trabalho e Liberdade) solidariza-se com a família do companheiro Manoel Barra, em razão da morte deste valioso lutador pela reforma Agrária na cidade de Coromandel-MG, região do Alto Paranaíba.

Manoel Barra viveu nos últimos 5 anos como acampado e morreu sem ver realizado o sonho da reforma agrária. Debitamos tal situação na conta do Partido dos Trabalhadores – PT e seu governo entreguista, o qual traiu as esperanças da classe trabalhadora e mostrou-se subserviente ao capital financeiro internacional, o qual suga a maioria dos recursos do Estado brasileiro e impede o avanço e conquistas sociais.

Aproveitamos para cobrar e denunciar a inoperância propositada do Incra que não vistoriou, até o momento, a Fazenda Marques / Pirapitinga, confirmadamente improdutiva e abandonada há vários anos pelos donos, empresários na capital mineira. A fazenda foi ocupada pelos trabalhadores em agosto/2006, mas anteriormente já havia sido pedida vistoria para fins de desapropriação para reforma agrária. No dia 18/08/2006 foi feito novo protocolo junto ao Incra-MG informando a ocupação pelos sem-terra e pedindo providências.

O fazendeiro tentou junto à Justiça de Coromandel-MG a reintegração de posse, mas não foi concedido o pedido. Além disso, em razão de venda de madeira pelo fazendeiro a carvoeiros, há ameaças à vida dos acampados. Com todos esses fatos, o Incra não se prontificou a visitar o local e agilizar o processo de desapropriação.

Em homenagem ao Manoel Barra, em solidariedade à sua família e aos demais acampados nesta fazenda, solicitamos a todos que recebam esta nota, que a divulguem e ajudem a cobrar medidas do Governo e do Incra, mandando emails para:

presidencia@incra.gov.br - Presidente do Incra - Rolf Hackbart ;

katia.vasco@incra.gov.br - Chefe de Comunicação Social - Kátia Maria da Silva Vasco;

marcos.helenio@incra.gov.br - Superintendente em MG - Marcos Helênio Pena;

carlos.kovalski@incra.gov.br - Diretor de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento - Carlos Henrique Kovalski.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Say something to the DEVIL

Dias 8 e 9 de a março o Diabo em carne e osso fará uma visita ao nosso Brasil baronil.

Coincidência ou não, o fato se dará exatamente quando comemoramos o Dia Internacional das Mulheres. Seja você mulher, ou apenas um amante das costelas de Adão, já vá se preparando.

Eu enquanto revolucionário de fachada, contribuinte dos lucros diretos de sua nação, anti-imperialista e obviamente, anti-BUSH já estou me preparando. Como?

Eu enterrarei 2 duzias de ovos, devidamente perfurados e chacoalhados, para que apodreçam.
Pois caso eu tenha a oportunidade de cruzar com o fulano, minha munição fétida será lançada em sua direção.

Temas para protestos não faltam, seja a questão ambiental, economica, bélica, narcisista ou de simples caratér de nojo para com o TINHOSO. Armem-se. Protestem. Gritem.

Mas se você não tem como protestar de outra forma, aproveite e deixe aqui o seu protesto através dos "comments".

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Paralisia internacional


CRÔNICA - CHICO GUIL


Paralisia internacional

Não é apenas a imprensa mundial que perdeu a credibilidade nos últimos anos. Caiu a máscara dos mocinhos. A humanidade já sabe que foi ludibriada.

O soldado brasileiro que serve ao exército americano no Iraque sentia culpa nos primeiros dias, vendo jorrar o sangue das crianças nas ruas de Bagdá. Mas agora está tranqüilo, pois o capitão ensinou a ele que todas essas mortes são responsabilidade do exército. Ele não tem culpa, sua alma está limpa. O salário do mercenário gira em torno dos R$ 12 mil mensais. Um valor razoável para quem está sendo pago para matar. Equivalente à tabela de qualquer matador de aluguel no Brasil. O jornal publicou suas palavras como quem explica um detalhe importante da guerra santa que Bush pratica no Oriente Médio.

Há quem ainda acredite nesses depoimentos emocionantes, por conveniência, por medo, ou por ignorância. Mas a transparência proporcionada pelos modernos instrumentos de comunicação deixa cada vez menos margem para a manipulação. É verdade que ainda uma boa parcela de mal informados segue iludida com as historinhas de heróis contadas pela grande mídia. Mas os fatos vazam, numa concentração muito maior do que gostariam os filhos do cão. As fontes alternativas de informação multiplicam-se, os grandes sentem que estão perdendo o controle e começam a agir com histeria, revelando sem querer seu estado de nervos. Basta ver a expressão facial de certos “âncoras” de telejornal, tradicionalmente impecáveis e agora meio gaguejantes.

Mas não é apenas a imprensa mundial que perdeu a credibilidade nos últimos anos. Caiu a máscara dos mocinhos. Os lindinhos mostraram sua essência monstruosa e a humanidade já sabe que foi ludibriada. Quem não leu as histórias incríveis da luta dos bondosos judeus contra os diabólicos árabes? Quem não viu a heróica luta dos americanos contra os diabólicos comunistas? Quem não chorou com eles em suas batalhas contra o mal?
Mas os mocinhos bombardearam o Afeganistão, o Iraque e o Líbano, espalharam o terror em escolas e hospitais, roubaram a vida de centenas de inocentes, e quem pode esconder esses crimes? Alguém ainda acredita que os terroristas são os árabes, os palestinos, o Hezbollah? Os âncoras estão gaguejantes, e os editoriais de certas revistas tradicionais estão cada vez mais patéticos.

A semelhança entre 2007 e 1939 é que 68 anos atrás as “nações civilizadas” também fecharam os olhos, perante o evidente propósito expansionista de Hitler. Somente quando se instalou o horror na Europa eles admitiram as reais intenções do bigodinho. Enquanto Hitler recuperava uma economia em ruínas (jogando os empresários desobedientes em campos de concentração), criava seis milhões de empregos e armava até os dentes a derrotada Alemanha, os vizinhos seguiam preocupados cada um com seu próprio umbigo, sem imaginar que aquele baixote brilhante poderia levar o mundo ao holocausto. O alarme soou na cabeça de certos governantes somente quando os nazi invadiram a Polônia. E então os líderes descobriram que havia um fenômeno fora do comum instalado na Europa. Uma vontade de uma força avassaladora.

Os “líderes” atuais parecem estar sofrendo daquele mesmo amortecimento mental. A história ensina o beabá com legras graúdas, mas há quem não queira ver. Os EUA invadiram dois países no espaço de dois anos e assassinam anualmente dezenas de milhares de cidadãos inocentes, sem sofrer qualquer sanção internacional. Israel bombardeou e arrasou o Líbano com uma desculpa esfarrapada de seqüestro, como se seqüestros não fossem notícia banal naquela região. E nenhum país civilizado deixou de fazer negócios com Israel durante e depois do bombardeio! Nem sequer se cogitou desarmar esse sobrinho malcriado de Tio Sam.

As revistas ilustradas e as telinhas de todo o mundo noticiam como uma grande vitória da ciência a criação de armas americanas sofisticadíssimas, que “causam grande dor sem provocar a morte”, ou que produzem “ruídos ensurdecedores e paralisam o inimigo”. Os mesmos veículos explicam que Bush quer destinar 20% de seus recursos às forças armadas. Quando vai cair a ficha dos “líderes mundiais” de que há uma nova vontade, uma força neurótica avassaladora preparando-se para dominar o mundo? Até o momento, parece que somente Chaves percebeu que as garras da Grande Águia estão prestes a abarcar o mundo, e reage armando-se contra ela. Mas Chaves, para a mídia internacional, é o ditador, o “seguidor de Fidel”, “um perigo para a democracia”.

Um garoto frustrado, mal instruído e malcriado botou o mundo de pernas para o ar, é o que vemos. Mas a verdade profunda é que há um homem determinado, que seja um gênio ou débil mental, jogando todas as suas fichas na dominação global e isso, infelizmente, não é um filme de ficção!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Outra do Joãozinho, mas não é piada!

É foda! Não queria entrar neste mérito. A merda está feita, a opinião pública puta. A família desolada, a sociedade apavorada. Os governantes, claro, cagando e andando.
Ninguém sabe o que fazer.
Há vinte anos não sabemos o que fazer, se interferimos ou deixamos acontecer.
Quem pode, pensa em cair fora. Afinal os empregados continuarão garantindo o lucro e o bem-estar. Quem não pode, fica. Segura o bronca e engrossa a estatística e paga mais impostos pra viver cagando de medo... hahahah
Muito puto, fico muito puto com essa terra.
O que me emputece completamente é o quanto somos mesquinhos nessa nojeira que chamam de nação.
O Joãozinho, que Deus o tenha... é apenas mais uma vítima da brutalidade de nós mesmos. É isso aê! De nós mesmos. Eu preocupado com a porra das prestações do meu carrango e do meu cafofo, não tenho tempo pra pensar se temos como mudar essa porra toda.
Ah, então eu quero salvar o Brasil???!!!! Claro, todo mundo quer, você não?!
A estatística só cresce. Mais um menor de 15 anos que é levado pela brutalidade dos criminosos da cidade maravilhosa. Maravilhosa pra alguns, e olhe lá!
A porcaria da estatística já tem até índices de classificação. Etária, socio-econômica e racial.
Menor de idade + classe média + branquinho + gordinho + bonitinho da mamãe = acidentes trágicos, vítimas
Menor de idade + favelado + negro ou pardo = bandidinho morto, um a menos.

Isso não sou eu nem o IBGE quem diz. É o insconsciente popular da miséria.

Entre no site do IBGE e procure as estatísticas de cada caso e compare... Quem morre mais? Quem mata mais?

Pode até parecer que eu esteja fazendo pouco caso do Joãozinho, mas não! Não estou mesmo!
O fato é que para o crime chegar nesse grau de crueldade, os criminosos, menores de idade ou não, já receberam muita ajuda para serem malvados. No mínimo estão respaldados por leis que garatem condições básicas de desenvolvimento para todas crianças e adolescentes.... pergunte pro Renatao Aragão como se limpa a bunda com o ECA. Estão respaldados por leis que garatem um quarto cinco estrelas nas intituições penais para menores por 3 anos. Um belo curso intensivo de se tornar cidadão. A índole seria apenas um detalhe, ou não? Contextualize ...
Dirija aos hediondos criminosos os seguintes questionamentos:

- Até qual idade frequentou a escola? E por quê?
- Se possui pais vivos? Se não, quando ficou orfão e de que forma?
- Se possui algum historico familiar de morte a mão armada?
- Quantas crianças menores de idade já viu mortas nos becos e favelas?
- Qual o tratamento que sempre recebeu da sociedade?

P.S.: Lembrando que para a maioria que vive nos morros, favelas e periferias, sociedade = policia. Hein?! Isso mesmo! O camburrão é a única politica pública que chega...
Pronto, com as respostas dariam pra concluir que a nossa sociedade é uma fábrica de violões. Com todos os mecanismos bem calibrados pra não sobrar nenhum pobre bonzinho. Mas eis que a maioria deles se seguram na Fé, pois é a única coisa que temos.

O maldito colarinho branco mata milhares com a caneta, com o olho mergulhado no propósito de não perder o foco do próprio umbigo. Donos dos meios de comunicação, embrulham, enfeitam e te entregam diariamente um monte de ódio a ser canalizado para algo. Se você quiser, pode descarregar fazendo compras no shopping, ou puxando ferro na academia, ou ainda, se drogando como pode. Whisky ou pinga, pó ou comprimidinhos pra suar ao som de bati-staca... Onde se compra mesmo????
No final, vá à um bom terapeuta, claro!

Mas voltando ao ponto. O manual prático do homicida está em cada propaganda, em cada vitrine, em cada desgraça, em cada novela, em cada notícia, televisionada ou não.

Nessa guerra de todos contra todos, uns atiram pedras, outros com fuzil, os mais crueis com mont blancs reluzentes. Há quem ainda acredite que exista alguma solução pacífica.

E agora a mídia pede pra todos se voltarem contra os governantes. E a sequencia é muito interessante. Os governantes irão ordenar novas mílicias clandestinas, patrocinadas por estrangeiros, para fazer a limpa nos morros... e depois? Será que criaremos um segundo estado de Israel no suvaco do Cristo Redentor?
Ou irão atender aos interesses de um classezinha média que não sabe se impor e, reduzir a idade penal para 16 anos? As soluções simples eu já coloquei aqui... E as verdadeiras, cadê?


À família, meus mais sinceros sentimentos.
Aos governantes meu escárnio.
À mídia, muitos lucro$ com suas fotos e matérias diabólicas.
Aos brasileiros minhas lamentações.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Protesto Internacional Anti-Peles

Protesto Internacional Anti-Peles será realizado no dia 13 de fevereiro na cidade de São Paulo.

ANTI-PELES
DIA 13 DE FEVEREIRO JUNTE-SE ÀS MILHARES DE VOZES PELO MUNDO CONTRA A CRUEL INDUSTRIA DAS PELES.

ESTADOS UNIDOS (Washington/Indiana/New York/San Francisco/Chicago/Los Angeles)
BRASIL (São Paulo/Rio de Janeiro/Porto Alegre)
PORTUGAL
IRLANDA (Ambassy/Else)
ISRAEL
ESPANHA
FRANÇA
TURQUIA (Istambul/Ankara)
BELGICA
TAILÂNDIA
ESTÔNIA
INGLATERRA
SÉRVIA
RUSSIA
CANADÁ (Vancouver/Kelowna)
VENEZUELA
ÁUSTRIA
GRÉCIA
MÉXICO
HONG KONG
LETÔNIA
HOLANDA
SUÉCIA
ALEMANHA
CROÁCIA
CHILE
AUSTRÁLIA
*países e cidades participantes até a presente data

O grupo "Pelo Fim do Holocausto Animal" (representando a "International Anti-Fur Coalition"), em parceria com o VEDDAS (Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade), convoca a todos para o segundo Protesto Internacional Anti-Peles que será realizado no dia 13 de fevereiro na cidade de São Paulo.

Em 2006, nessa mesma data, realizamos o primeiro protesto contra a China. De lá para cá nada mudou com relação aos animais daquele país.

A China é o maior produtor e exportador de peles de animais e, na total ausência de qualquer legislação ou controle governamental, os animais da indústria de pele chinesa continuam vítimas das mais extremistas formas de crueldade.

2.000.000 !!! de cães e gatos, anualmente, tem a sua pele arrancada na China. A pele desses animais está sendo exportada de maneira fraudulenta denominada de outros nomes.
Somando-se às outras espécies, mais de 40 milhões de animais são mortos todos os anos para o uso de suas peles.

Em protesto contra a má vontade que a China demonstra em tomar qualquer atitude contra este massacre de animais , foi designado o dia 13 de Fevereiro, como dia de protesto internacional que está sendo realizado simultaneamente em mais de 37 cidades ao redor do mundo.

No Brasil o protesto está sendo realizado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Este protesto está completando um ano e retorna agora para sua segunda edição, até que a China se pronuncie em favor dos animais.


Boicote aos produtos chineses.
Boicote a Olimpíada de 2008.

São Paulo - Consulado Geral da Republica Popular da China
Rua Estados Unidos, 1071 - Jardim América
Horário: 10h pontualmente.

Rio - Consulado Geral da República Popular da China
Rua Muniz Barreto, 715 - Botafogo
Horário: 10h pontualmente.
participação da "VEGAN STAFF"

JUNTE-SE À NÓS
acesse: www.holocaustoanimal.org

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Fórum Social Mundial na África

Fórum Social Mundial na África
ODED GRAJEW

Nosso maior desafio sempre foi explicar, especialmente para a mídia, que o Fórum Social Mundial não é um evento, mas um processo

FOI REALIZADA entre os dias 20 e 25 de janeiro deste ano, em Nairóbi, capital do Quênia, a sétima edição anual do Fórum Social Mundial (FSM). Durante cinco dias, 70 mil representantes de milhares de organizações sociais vindos de mais de cem países participaram de aproximadamente mil atividades.
Para nós, ir para a África representou um enorme desafio pelas precárias estruturas materiais e organizativas e pela fragilidade da sociedade civil naquele continente. Mas, ao mesmo tempo -e também por tudo isso-, estarmos no continente que representa o que de pior o atual modelo de globalização produziu em termos sociais, econômicos, ambientais, culturais e políticos teve uma enorme importância simbólica e política.
Nosso maior desafio sempre foi explicar, especialmente para a mídia, que o FSM não é um evento, mas um processo.
Ao longo da história, uma minoria tem dominado e explorado a maioria da população. Só a força não seria suficiente para manter essa situação. Com o decorrer do tempo, a maioria acaba aceitando passivamente essa situação -acreditando nas mentiras que lhe são contadas e que justificam a aceitação do domínio da minoria- e não consegue se juntar para mudar essa situação.
O processo FSM procura transformar essa realidade, mostrando que outro mundo e outra globalização são possíveis, priorizando as pessoas, a justiça social, os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz e conectando organizações e redes para ganhar força e poder social e político.
Os eventos anuais, locais, regionais e temáticos abrem espaço para que as organizações sociais realizem suas atividades e se articulem com outras para reforçar suas atuações. Foi esse processo que em poucos anos produziu tantas transformações.
Basta lembrar que no ano de 2001, quando foi realizado o primeiro FSM em Porto Alegre, o mapa político da América Latina era completamente diferente, e em Davos, onde até hoje se acredita que o mercado resolverá todos os problemas sociais, Carlos Menem era o grande herói, a defesa do meio ambiente e o alerta sobre o aquecimento global eram coisa de radicais retrógrados e, na véspera da Guerra no Iraque, nenhuma voz se levantou para alertar sobre os riscos da escalada militar.
Na África, durante os dois anos de preparação, a sociedade civil se mobilizou para a realização do fórum. O resultado foi fantástico. As organizações africanas, em sua maioria fragilizadas e desarticuladas, sem a ajuda de governos, puderam se conectar, montar suas redes e realizar um FSM altamente organizado, dadas as enormes dificuldades e as carências materiais no continente. O fórum promoveu a incorporação de muitas redes africanas nas redes internacionais e reforçou a pauta africana na agenda da sociedade civil internacional.
Uma novidade foi introduzida neste ano: o último dia foi consagrado à apresentação das propostas de campanhas e mobilizações para 2007, agrupadas em 21 temas, e que foram elaboradas e articuladas pelas redes internacionais durante o fórum.
Foi apresentado também o calendário dos diversos fóruns que irão se realizar durante o ano, no qual ganha destaque o primeiro Fórum Social dos Estados Unidos, que se realizará no final de junho, em Atlanta. No Brasil, teremos o Fórum Social Nordestino em julho, na Bahia.
Finalmente, o Conselho Internacional, cuja principal missão é expandir o processo do FSM, decidiu novamente inovar e assumir riscos, da mesma maneira que fez quando acertadamente decidiu a ida para a Índia em 2004, a realização do fórum policêntrico em 2006 (Venezuela, Mali e Paquistão) e, em 2007, na África.
Em janeiro de 2008, haverá o maior número possível de eventos, mobilizações e fóruns pelo mundo (inclusive no Brasil) para acelerar a expansão global do processo, reforçar as redes e ampliar as mobilizações e campanhas. Esses encontros se conectarão nos dias 26 e 27 de janeiro numa grande manifestação mundial.
Em janeiro de 2009, o FSM será realizado em um país a ser escolhido em junho deste ano.
O aquecimento global, a concentração crescente de renda e riqueza e o acirramento dos conflitos, frutos do atual modelo de globalização, representam uma enorme ameaça para a humanidade e provam que um outro mundo, diferente do mundo de Davos, não só é possível mas também urgentemente necessário.



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ODED GRAJEW, é presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, idealizador do Fórum Social Mundial, idealizador e ex-presidente da Fundação Abrinq (1990-1998). Foi assessor especial do presidente da República (2003).

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Metrópole de Aço (publicado na Folha de S. Paulo)

Metrópole de Aço

Mesmo que eu nunca tenha usufruído da suas posses, mesmo que você não tenha dado direitos iguais há seus filhos, mesmo assim, feliz aniversário.
Mãe, eu não te culpo, faltou eu ter a maldade necessária para vencer, mas faz mó cara que eu não escrevo, acho que com todo seu poder, você entende, pois no final, toda rua de São Paulo quando não é contra mão é sem saída, pelo menos para nós que além do poder público ficamos a mercê do poder paralelo.
Sou o menino que passa carregando a carroça ao lado de um carro importado, mais caro que toda minha vida de salário, e estou indo para a esquina onde os rostos manchados por uma vida dura fazem bifurcação.
Sou o menino que assopra a fumaça do baseado como as fábricas fazem durante todo dia, e também sou seus funcionários lá dentro trancados que na maior parte do tempo são mudos e surdos.
Corro pelo trânsito caótico, de quem num tem tempo para abaixar o vidro e nem perceber que ainda estou vivo, desço a ladeira da indignação para chegar num bairro alagado, mas a culpa é nossa mesma, na hora do voto não fazemos o saneamento básico. Sou a idosa que vive de pegar lata vazia pra sustentar os dois netos.
Como nunca fui aposentado, fico a maior parte do dia imaginando o que é viver como o salário de um deputado, também imagino uma bomba que explode e chega a causar efeito no prato vazio de um pai sentado no lixão olhando o filho que nunca ri.
Você sabe que tem filho seu que dorme ao relento, mas mesmo assim o terminal de ônibus diz a todo momento para não dar esmolas, então vamos distribuir pistolas.
Pobre gente que na terra da garoa tenta ver algum sentido na vida.
Passo com minha caixinha de chiclete na rua de um ladrão de gravata que ora e de policial mal remunerado que chora, quando vê que seu igual é um trabalhador sem expressão e sem futuro.
Vejo o concreto, e perante as famílias sem o básico na avenida de tantos fins de semanas trágicos, eu sou apenas mais um rapaz comum.
Na metrópole de aço, colecionador de pedras é o que todos nós somos.
Sou a mãe que reclama da falta de emprego e quando percebe que o filho sem rumo só tem a rua como recurso eu entro, ligo o televisor e viajo na novela
Sou o evangélico com o bolso vazio e muita fé, que olha os imensos cartazes dos bancos e pensa no diabo.
Continuo a caminhar, vendo as guerreiras se prostituírem bem perto da avenida Oscar do luxo, onde a elite branca brinca de Nova York, perante o carro blindado que fica sempre estacionado na zona sul.
Me enfio por onde começa a rua do desespero, no alto de pinheiros, onde um mendigo morreu pra não incomodar mais o dono da mansão.
Sou o alcoólatra que antes morava na rua sem nome e no barraco sem número, expulso pelo verdadeiro proprietário, dono de algum condomínio fechado, que da penitenciária só tem uma diferença, os moradores pensam estar livres.
Mãe, você oferece tanta coisa que sei que não e pra mim, então porque você mente assim mãe?
A senhora sempre cozinhou, na mesa farta, queijos, vinhos, pães, e porque mãe só alguns podem entrar nessa casa? Não adianta ser a capital da fartura se essa fartura é pra uma minoria.
Mãe você adivinhou meu destino, não tem nenhum inocente aqui, mas me diga porque quando você me escreve, só me manda impostos? Seu coração não atende mais nem as emergências, não tem médicos que me curem a dor da solidão que seus prédios autos me causam.
Mãe, você é costureira e continua a fazer a colcha de retalhos, tentando mesmo que seja em vão juntar todos nós num mesmo lugar para depois chamar de lar.
São Paulo se tornou um lugar para os duros de coração, para os outros quem sair por ultimo feche a escotilha.
Mãe, num vou mentir, você ilude as pessoas de bom coração, dizendo que tem oportunidades na sua casa, mas todos sabemos que o preço é auto, quantos eu já vi tirando 6 anos num cadeião, ou mendigando por não achar emprego? Você mata os meninos e envelhece as meninas além de esconder o que te incomoda, como os cemitérios, as prisões, os doentes mentais Acho que você faz isso comigo também mãe, você me isola, porque não pode me dar o que prometeu.
Quando você me mostrava pras tias, elas me apertavam, me beliscavam, me mordiam, porque machucamos as coisas que admiramos?
Na hora que preciso eu não tenho o mesmo tratamento que meus primos, quando ouve aquele desabamento eles ficaram em hotéis, porque eu tenho que ficar com os outros num pátio de colégio?
Isolado aqui na minha aldeia, talvez eu nem seja um filho legítimo, afinal só sei que meu pai é baiano, talvez eu seja somente um bastardo, mas mesmo assim, feliz aniversário.
Do seu filho, Periferia.

AUTOR: FERREZ

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Mas também pode que ao mesmo tempo toda a profecia do Fernando Pessoa se acabasse por verificar, o inglês língua universal, sim, para a materialidade, mas o português língua universal... para a espiritualidade!