terça-feira, dezembro 04, 2007

A educação e a pressa

A correria da vida nas grandes cidades, caracteriza-se pela informalidade, pela pressa e pelas mudanças constantes, principalmente de humor. A educação que nos doutrinava aos hábitos até pouco tempo bastante difundidos, hoje é cobrada erroneamente pelos pais como uma das disciplinas escolares.

A carta escrita a mão foi substituída por mensagem via e-mail. A conversa com amigos e vizinhos virou chat, telefonema. A impessoalidade toma conta das relações humanas.

Poucos homens permanecem puxando a cadeira para suas companheiras ou abrindo a porta do carro para elas, o romantismo foi extinto. Ao ser educado, corre-se o risco de confundirem com cortejo, e cá entre nós a banalização das relações sexuais atingem níveis assutadores. Há muita presa - a maldita presa pra tudo - em começar, consumar e terminar os relacionamentos. Tal como troca-se de roupa. Prestar atenção no companheiro, identificar seus anseios e os tesouros de seu mundo íntimo, tudo isso é obviamente demodê.

Tal descuido com a essência do ser humano está presente em praticamente tudo.

Eis a pressa para tudo. A mesma pressa e urgência que extinguiu a refeição à mesa com a família. A presa que ignora os sinais de transito, entre outras coisas.
E tal urgência descontrolada faz com que regras básicas de educação sejam constantemente ignoradas. Os cumprimentos, quando existem, são lacônicos e despidos de calor. Uma palavra mal posta é de pronto devolvida, e há quem acredite que ter resposta à tudo de bate-pronto seja até uma virtude (repensei isso recentemente). Desconsideramos se o interlocutor enfrenta algum problema e por isso se manifesta com rudeza.

E o mais interessante, pra tudo há pressa, e a na grande maioria das vezes, a presa nem mesmo se justifica. Basta se questionar.

Nesse contexto, desentendimentos surgem à toa e rápido degeneram em antipatias e inimizades. Pois parece ser mais fácil julgar, responder e reagir de plano. E claro, acabamos por nos sentir mal ao ser julgado por outrem. Refletir, ponderar, compreender, preservar e aprofundar vínculos demanda tempo.

Ok Sr. William (o Buda), é difícil ignorar as pressões do mundo moderno, sei sei sei... Globalismo, competitividade, empregabilidade, neo-liberalismo, capitalismo, blábláblá... há inúmeros conceitos que inspiram a pressa. O mundo gira num esquema que exige isso e pra que mesmo?

Às vezes até a explicam, mas não a justificam, no trato com o semelhante. A tamanha falta de educação generalizada. Afinal, a afoiteza não pode justificar converter-se o homem em uma máquina desprovida de sentimentos. Para permanecer civilizado, é preciso preservar um pouco da tradicional e boa elegância. Ao contrário do que talvez sugira, o termo elegância não implica forçosamente a adoção de vestuários requintados e gestos "suspeitos". Segundo o dicionário, um dos significados de elegância é distinção de maneiras. Ser elegante é ser distinto, atencioso e polido. É prestar atenção nas necessidades dos que o rodeiam e tratá-los como pessoas importantes (tal como a si próprio), lembra-se do tal Cristo e suas lições?! Pois é!. Elegância implica abster-se de expressões rudes e não se envolver em discussões ácidas e ferinas desnecessárias. Elegante é não falar dos ausentes, é não ser uma presença desagradável aos demais. Ser elegante é nada mais do que ter educação!

Para quem responde tudo ao pé da letra e não costuma “levar desaforo para casa”, ser elegante constitui um grande desafio. Contudo, quem fala e age sem pensar, cedo ou tarde se arrepende e percebe que fez bobagem. Atos impulsivos e grosseiros destroem oportunidades pessoais e profissionais. Ninguém gosta de estar perto de um ogro. Mas você jamais se arrependerá de ser educado, pois se a rudeza se fizer necessário, ela pode ainda ser um ultimo recurso. Talvez no princípio estranhe não responder quando provocado. Ser gentil e prestativo em face de ofensas e grosserias demanda uma boa dose de disciplina e muito, mas muito CULHÃO (pensaram que eu não usaria nenhuma palavra "deselegante"?!). Mas você colherá os melhores frutos desse novo tipo de comportamento. Quem o maltratar fatalmente ficará constrangido, ao perceber o "esmero" de sua educação. E gradualmente um novo padrão de conduta se estabelecerá em torno de você.

Se puder, apenas reflita sobre isso... Talvez devolver ao mundo o que o mundo lhe dá, seja nivelar por baixo e desta forma, meu caro (a), você não pode cobrar nada de ninguém.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Fábrica de adultérios

Há muito não escrevo, vontade não seria o problema, assunto muito menos. Pois é, prioridade é um lance complexo, mas não uso este espaço pra desabafos nem pra falar de mim, e sim das coisas que incomodam, principalmente aquelas que infelizmente vamos nos acostumando e assimilando com naturalidade, as brutalidades do dia-a-dia que ao passar do tempo cremos ser normais.

Nunca imaginei que um dia eu escreveria aqui sobre a novela das oito, justo eu que por mais de cinco anos não sei o que é ouvir rádio, mesmo sendo apaixonado por música. E cada dia mais eu fico alheio a tal televisão também. É na mesma proporção que vejo crescer minha aversão ao consumo de "enlatados" ou da suposta produção cultural podre que nos empurram goela à baixo, sempre com a nobre finalidade de ganhar dinheiro, muito dinheiro.

Poderia divagar linhas e mais linhas sobre como assisto aos filmes que gosto, as musicas que me alimentam a alma e quais as alternativas que a internet e a pseudo-democratização cultural que a pirataria acaba promovendo.

Mas invariavelmente eu rabisco aqui as minhas indignações e eis que estou completamente puto com a televisão e com o que eu vi em um único bloco daquilo que me enoja e incrivelmente é o tal auto-retrato da sociedade brasileira. A tal novela. Vira e mexe tentam inserir o cotidiano e as questões que poderiam incomodar a massa. Manipulação? Péssima interpretação da realidade? Cada qual com sua conclusão... Eu pretendo agora seguir uma veia mais cômica que o usual, afinal se todos riem da desgraça, por que eu tenho que ser diferente?

Vamos lá! No elenco da novela vemos um desfile de atrizes bicentenárias que quando piscam a perna levantam, nem tento imaginar como e por onde saem suas excreções, seria perigoso e nojento. Neste contexto, vale lembrar que o Brasil é referencia mundial em operações plásticas estéticas.
Vemos também uma parte da boa safra de atores levantando sua graninha pra sobreviver quando tentarem produzir arte de verdade. Todo mundo precisa comer, inclusive artista. Entre eles posso citar Caio Blat, Lázaro Ramos, Debora Falabela, entre outros. Lembrei de outra boa tirada, a desmentida relação amorosa do Lázaro e Wagner Moura. Em novelas seguidas cada qual disputa quem come mais atrizes numa única novela.
Dói pensar que a maior produzão cultural brazuca, que inclusive é exportada pra o mundo, é essa aí. É cômico ver que a cada novela mudam a cidade onde se passa, mas a maioria dos personagens tem sotaque carioca. Sabemos o motivo, mas deixa pra lá.

Quase esqueço, mas comecei a escrever por que vi coisas insanas e hilárias ao mesmo tempo. Uma tal universidade particular - que todos sabem ser a galinha de ovos de ouro do momento no nosso Braza - ter uma manifestação popular de movimentos sociais fictícios onde mostra claramente a ironização da classe dominante pela saída viável da maioria, estes próprios movimentos. Ironizam aquilo que os amedrotam, ridicularizam suas vitimas, acham que é brincadeira, e uma das divas anciãs os generaliza denominando-os baderneiros. O fato que pode parecer realidade, é a própria forma como os próprios burgueses se manifestam, usando massa de manobra sem clareza ideológica alguma.

O show de horror é digno de dó... E ainda tem o Pedro caminhoneiro fazendo a vez de líder comunitário. Quase esqueço da Som Livre que continua tentando empurrar a filhinha da Elis em todas as trilhas sonoras.

Quase esqueci de citar o serviço social prestado... Penso que à propósito de tirar os maridos dos botecos, apelam pesado pra putaria, colocando sempre no enredo um personagem como prostituta e várias cenas de inferninhos e ou putas semi-nuas.

Tenho que fechar dizendo que fecho com a Marilene Felinto quando ela diz que para essa nação parar de rumar ao abismo a Rede Globo, Folha de Sao Paulo, Veja e etc precisam ser extintas.
Enquanto o valor da vida humana bate recordes de queda na bolsa, alguém por aí teve estar filmando mais alguns capitulos da desgraça pra vender como ficção, e se você não comprar a idéia, será apenas mais um louco como eu, que se sente mal ao fazer parte dessa minoria que tem acesso a informação e se frustra a cada tentativa de encontrar uma saída pra isso tudo.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Frases soltas

Sem muita inspiração para escrever sobre algo específico, deixo aqui algumas frases soltas:

A sociedade prepara o crime, o criminoso o comete...

No meu país podemos ver milhares de crianças nas ruas, mas quase não vemos infância.

Paz sem justiça não é paz, é apenas o silêncio da omissão.

Paz sem voz não é paz, é medo! (autor: Marcelo Yuka)

A diferença entre a guerra e o caos, é que na guerra se conhece o inimigo.

Ser brasileiro é ter sempre a certeza de que a culpa é do outro, principalmente se o outro se chama governo.

Vamos queimar os "Rolex" da hipocrisia.

O "cansaço" é a deserção de quem nunca foi à guerra, cujo medo supera o suor.

40 anos da morte de Che, 40 anos de histórias mal contadas e mal escritas. Ao menos ele não viveu pra conhecer o que se transformou o mundo que ele sonhava em mudar.

As contradições só acabam quando a gente morre (se é que acabam!).

Cultura é aquilo que fica quando você esquece o que aprendeu!!!! (de autor póstumo!)

Nascemos apenas uma vez na vida e morremos várias vezes até o final dela.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Uma certa Aracy

Eles se conheceram em Hamburgo, na Alemanha, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Ele, menino pobre, viu na carreira diplomática uma maneira de conhecer o mundo.
Em 1934, prestou o concurso para o Itamaraty e foi ser cônsul adjunto na Alemanha.
Ela, paranaense, foi morar com uma tia na Alemanha, após a sua separação matrimonial.

Por dominar o idioma alemão, o inglês e o francês, fácil lhe foi conseguir uma nomeação para o consulado brasileiro em Hamburgo. Acabou sendo encarregada da seção de vistos.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a célebre circular secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país.

É aí que se revela o coração humanitário de Aracy. Ela resolveu ignorar a circular que proibia a concessão de vistos a judeus.

Por sua conta e risco, à revelia das ordens do Itamaraty, continuou a preparar os processos de vistos a judeus.

Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas.

Quantas vidas terá salvo das garras nazistas? Quantos descendentes de judeus andarão pelo nosso país, na atualidade, desconhecedores de que devem sua vida a essa extraordinária mulher?
Cônsul adjunto à época, seu futuro segundo marido, João Guimarães Rosa, não era responsável pelos vistos. Mas sabia o que ela fazia e a apoiava.

Em Israel, no Museu do Holocausto, há uma placa em homenagem a essa excepcional brasileira.
Fica no bosque que tem o nome de Jardim dos justos entre as nações.

O nome dela consta da relação de 18 diplomatas que ajudaram a salvar judeus, durante a Segunda Guerra. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa é a única mulher. Mas seu denodo, sua coragem não pararam aí.

Na vigência do infausto AI 5, já no Brasil, numa reunião de intelectuais e artistas, ela soube que um compositor era procurado pela ditadura militar. Naquele ano de 1968, ela deu abrigo durante dois meses ao cantor e compositor que conseguiu, sem ser molestado, fugir para país vizinho.
Ela o escondeu no escritório de seu apartamento. Aquele mesmo local onde seu marido, João Guimarães Rosa, escrevera tanta história de coronel e jagunço.

Durante todos aqueles dias, o abrigado observava, da janela, a movimentação frenética do exército no quartel do Forte de Copacabana.

Reservada, Aracy enviuvou em 1967 e jamais voltou a se casar. Recusou-se a viver da glória de ter sido a mulher de um dos maiores escritores de todos os tempos. Em verdade, ela tem suas próprias realizações para celebrar.

Hoje, aos 99 anos, pouco se recorda desse passado, cheio de coragem, aventura, determinação, romance, literatura e solidariedade. Mas a sua história, os seus feitos merecem ser lidos por todos, ensinados nas escolas.

Nossas crianças, os cidadãos do Brasil necessitam de tais modelos para os dias que vivemos.

Seu marido a imortalizou em sua obra Grande sertão: veredas. Ao publicar a obra, não a dedicou a ela, doou a ela seu livro mais importante.

Aracy desafiou o nazismo, o estado novo de Getúlio Vargas e a ditadura militar dos anos 60.
Uma mulher que merece nossas homenagens. Uma brasileira de valor. Uma verdadeira cidadã do mundo.

com base no artigo Uma certa
Aracy, um certo João, de René Daniel Decol, publicado
na Revista Gol(de bordo), de agosto 2007.

terça-feira, setembro 25, 2007

Mano Brown no Roda Viva

























Ontem eu parei tudo pra ver o INENTREVISTÁVEL Mano Brown, dos Racionais Mc's.

Os Racionais MC's já beiram os vinte anos de carreira e só agora a grande mídia pensa em ouvi-lo. Claro que não sou ingênuo de pensar que no próximo domingo ele estará no Faustão, o fato é que se trata de um programa respeitável, o Roda-Viva da TV Cultura.

Fiquei tremendamente curioso como o Brown iria se sair nessa, mais curioso ainda com os convidados entrevistadores. Entre eles, destaco apenas o Paulo Lins como alguém que conhece a realidade das periferias na carne, o resto, por melhor intencionado, só conhece a miséria pelo cinema, literatura e jornais, claro, com visões bem limitadas.

Percebi um Brown nervoso, inquieto e muito, mas muito "de segunda". No lugar dele acho que não reagiria diferente. Os dois primeiros blocos do programa foi de entrevistado e entrevistador pisando em ovos, ninguém se propôs a ir para o ataque. E como o próprio Brown disse, quando começou a se soltar, tava até "SUAVE", para um Roda-Viva. Ficou claro uma contradição pessoal sobre um tema muito complicado chamado liderança (o cagaço da elite), não sei se é uma estratégia de defesa, mas o Brown não quer o posto de líder da revolução, nem de referência para os jovens da periferia, ele se diz livre, um artista que vive da musica, mas inevitavelmente, a realidade mostra o contrário. A responsa é inevitável. E ele sabe o que é cobrança.

O que a grande mídia esperava, infelizmente não aconteceu, o episódio da Praça da Sé nem foi mencionado.. hahahahahahahah

Eu destaquei alguns trechos do Brown que me marcaram, mas que muitos não irão compreender fora do contexto... mesmo assim fica aqui registrado para pensarmos (claro que não conseguirei repetir com as mesmas palavras...):



"A periferia melhorou um grão de areia dentro do que precisa ser melhorado"

"A gente canta a rua e vive a rua, encontra a rua. Tudo que você fala, volta."


"Num vou dizer traficante, vou dizer comerciante. O cara é um comerciante como outro qualquer. "

"Os caras da Ambev, da 51, não vão pra cadeia. Toma 4 garrafas de cerveja pra você ver, cê vira o Superhomem na Marginal. Não vão pra cadeia porque não são pretos. "

"Hoje cê é jornalista, tá legal, amanhã cê num sabe. Pode estar no beco dos tristes também. Pra que condenar? Prefiro ouvir o que os caras tão pensando. "

"Hoje eu já não penso que o cara tem que protestar sempre no rap. Também precisa garantir o dele. O que um garoto que tá começando, escrevendo dentro do quarto dele, vai falar da vida, dos problemas sociais? É um fardo de 200 kg nas costas dele. "

"Branco, Preto é tudo a mesma coisa. Quem tá com nóis, se veste igual, anda igual, fala igual e tem os mesmos problemas, é tudo preto, não importa se tem o olho azul. "

A "finada" classe média aceita o RAP porque é decadente e tem que entender o que o empregado, o jardineiro, o motoboy diz, ele agora tem que pegar buzão, não dá mais pra se enconder dentro dos seus castelos. "

"O CEU é um castelo. É o que eu descrevo no Domingo no Parque. A Marta perdeu a eleição porque descasou, casou de novo com um argentino, as pessoas pensaram muito nisso. Agora, se vai dar resultado a gente vai ver daqui a 20 anos, se vai sair um Beethoven de lá. "

"As contradições só acabam quando a gente morre. "


segunda-feira, setembro 24, 2007

Tropa de Elite II - cont...

Foi uma ótima experiência escrever sobre algo que ainda não havia visto.
Percebi que minha visão sobre a polícia não é nem um pouco equivocada, porém o filme traz mais informações pra confirmar e compor o cenário da situação das instituições públicas responsáveis pela segurança pública. Um argumento muito forte do filme que vale à pena pensar é sobre as prioridades das instituições, ou seja, eles se preocupam antes de mais nada com os problemas internos eles, depois com as ordens das classes políticas, depois com os "acordos" de arrego/propina, o qual coloca os Aspirantes nas condições que citei anteriormente: Ou o cara aceita ser corrupto, ou se omite, ou ainda... vai para a guerra e em nenhuma delas, é possível valer a lei. Enquanto a ultima, a guerra, só lhe permite uma sobrevida se o oficial for capaz de "aplicar a lei sumariamente", mesmo transgredindo a própria lei, a qual não prevê a pena capital.
E em ultima instância, a preocupação da policia militar é para com a população e sua segurança.

Outro fatores importantíssimos, são as facetas das ONGs, da classe média e da indefectível população da Zona Sul que mal entende os pobres e viciados noticiários televisivos e ou dos jornalecos direitistas que se preocupam apenas em vender.

Os extremos e estereótipos do filme são fantásticos, gostei do enredo, da fotografia, da trilha sonora (Tihuana), do elenco e mais uma vez tenho que tirar o chapéu para o Wagner Moura.

Desde o momento que vi o filme até agora, revivo na minha cabeça uma raiva terrível, que transcende várias questões como a própria criminalização dos viciados em drogas, o cotidiano violento do qual eu escapei, mas muitos amigos de infância não. Também volto a me auto-questionar quanto a ascensão social obtida com tanto sacrificio e trabalho, a qual me tirou das estatísticas e me integrou à famosa classe média. E é aí que moram os conflitos, pois essa classe média que convivo é tão tapada e ignorante que não consegue compreender a própria burrice e culpa no que diz respeito à "questões sociais". Gastam mais num jantar do que o montante que pagam para seus empregados e não querem que os filhos destes tenham má índole e vivam na marginalidade.

Num resumo, poderia dizer que o filme expressou uma séria de questões que demandariam diversos debates. Mas as próprias circunstâncias do filme denunciam a diferença entre a vitima rica e a vítima pobre da violência. A primeira merece sempre cobertura televisiva e protestinhos com camisas brancas. Já o segundo, é um alívio para o Estado burguês, que pensa que um pobre morto é um pobre a menos. ERRADO!!! Um pobre morto ou preso representa no mínimo um orfão a mais (promissor bandido), sem considerar, é claro, o circulo-vicioso da justiça feita à bala dentro dos bairros que há tempos não acreditam nas intituições que se não os ignoram, os humilham constantemente.

Fecho reafirmando que no meio dessa porra toda, salvo raras exceções, só morre pobre, seja ele traficante, policial, trabalhador ou não.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Tropa de Elite

"Tropa de Elite" filme de José Padilha, o mesmo diretor de Ônibus 174 traz para as telas do cinema uma visão do cotidiano dos oficiais do BOPE - Batalhão de Operações Especiais.

O BOPE que tive o desprazer de conhecer pelas páginas do livro ABUSADO de Caco Barcelos, é uma versão carioca dos carniceiros da ROTA paulistana, tem fama de incorruptível e bem treinada. Fama.
Houve tentativas de boicote às filmagens por policiais que temem ver a imagem da corporação denegrida, há outros que já viram o filme - que vazou na internet antes da pré-estréia - e acreditam ser um bom retrato da vida desses pobres diabos, chamados oficiais de segurança pública.


O BOPE, se não me engano são os mesmos que utilizam o "Caveirão", aquela máquina de guerra horrível que parece a carruagem do diabo. Não quero sentar o pau na imagem da polícia, de forma alguma. Eu nunca morei no RIO e não posso encher a boca pra falar do BOPE, mas sei o que é a ROTA, a CHOQUE e a Tático Sul de Sampa, e te garanto, não tenho motivo algum de orgulho, muito menos me sinto seguro na presença deles.

Minha medíocre opinião sobre a policia começa a partir das retóricas sobre sua própria origem e lema de "Servir e Proteger", só que eu nunca fui servido ou protegido por eles, e creio que grande parte da população também não. Também vejo a policia como a única política publica que efetivamente chega nas favelas e morros... Só que eles nunca aparecem pra ajudar, é sempre com o pé na porta, tapa na cara, etc.
Existem fatores interessantes para se pensar sobre a figura do agente de segurança pública que não fica atrás de uma mesa, ou seja, de quem vai pra guerra todos os dias nas grandes cidades brasileiras. Quem são esses homens? Qual a origem deles? Quais motivos o levaram a escolher tal carreira profissional? Inclinações heróicas ideológicas, situação financeira, status, poder ou o que?
Por que se pensarmos o que leva um cidadão a se tornar policial, veremos que em muitas vezes o sujeito busca uma ascensão social e um status (inabalável) que lhe confere poder de "OTORIDADI", eis a pobre psique do ser humano, querer servir a lei para estar acima dela, hahaha.
Outra perguntinha boba me veio à mente, por que será que sempre encontramos policiais envolvidos nos grupos de extermínio?
Penso que eles são tão vítimas quanto o resto da população, onde as leis são completamente falhas e as instituições judiciárias e prisionais são tão vergonhosas que só agravam todos os nossos problemas relativos à segurança pública e violência urbana.


Não vejo necessidade nenhuma de citar detalhes sobre a Candelária, Carandiru, chacina da baixada fluminense, ou qualquer outra chacina escancaradamente de responsabilidade dos fantoches fardados, nem mesmo sobre os grupos de extermínio de São Paulo, Salvador e a sinergia entre o crime organizado e as "otoridadis".

Houve até confusão com a instituição em questões privadas que envolvem o filme onde a Justiça foi solicitada e atuante [incrível]. Pois os policiais queriam ver a pré-estréia à força, digo solicitaram dentro dos tramites legais hehehe.... E não conseguiram... kkkk. Isso denota o quanto infantil, falho e viciado é o nosso mundinho de mocinhos e bandidos, com juizes, advogados, policia e blábláblá...

Durante as filmagens houve seqüestros (da equipe), armas roubadas, etc. Fico só imaginando a galera da favela empolgada com as filmagens e a policia cagando de medo de se expor mais. E aqueles malucos filmando e se deparando com a realidade onde as balas não são de festim tão pouco os figurantes são meros figurantes.

E assim entra para o nosso HALL de "Retratos da realidade Brazileira" (com "z" mesmo!) mais um filme que não traz esperança, que não mostra saída e que no final será exportado para o mundo e novamente os demagogos irão criticar o fato de o Brasil ser sempre retratado aos avessos... Outros ficarão eufóricos com a possibilidade de concorrer ao Oscar [kkkkkkk]. E que mesmo assim irá comover ou convencer menos que a novela das oito (ou seria das nove?).


O que poucos sabem é que a guerra civil já está em curso há alguns anos, só que nessa guerra ninguém almeja nada além da própria sobrevida. E o mais triste é que mesmo tendo bandido contra bandido, sejam eles policiais ou não, o saldo de mortos sempre é de pobres. A classe média fica apavorada, puta e eternamente alienada, os cuzões exploradores magnatas só querem saber do seu payground aqui no Braza e dos seus investimentos pra sustentar suas excentricidades. E as “alas definitivamente esquecidas” da sociedade, têm um saldo de mortos maior que a guerra do Bush. Nestas "alas definitivamente esquecidas" residem os provedores de alegria da burguesia, ditos traficantes e toda sua estrutura (do vapor ao gerente da boca), a população das periferias e favelas, os próprios soldados (e toda a baixa patente) das policias e como não podemos nunca esquecer, reside também a VERGONHA NA CARA (assassinada pelos governos, bem antes de existir governo).

Quem adora cinema como eu, entre a realidade fictícia e ficção das verdades a serviço da hipocrisia, no final fica contente com mais uma produção nacional, mais uma tentativa de documentar nossa desgraça e claro, com o atrasado protesto.

Termino com alguns dos gritos de guerra do BOPE:

O interrogatório é muito fácil de fazer/pega o favelado e dá porrada até doer/O interrogatório é muito fácil de acabar/pega o bandido e dá porrada até matar.

Esse sangue é muito bom,/ já provei não tem perigo/é melhor do que café,/ é o sangue do inimigo.

Bandido favelado/ não se varre com vassoura/se varre com granada,/ com fuzil, metralhadora

SALVE O LINDO PENDÃO DA ESPERANÇA ??????? não não e NÃO

hahahahah não sacaneia... já não basta o Coronel do BOPE se chamar Príncipe????

quinta-feira, setembro 06, 2007

Vou estar te transferindo....

Antes de criticar o "gerundismo", vale à pena fazer uma breve reflexão sobre o trabalho dos atendentes de telemarketing. O telemarketing, hoje, disputa a mão de obra com o tráfico de drogas.

Já ouvi e reproduzi várias chacotas sobre o incomodo que é o tal telemarketing ativo, ou seja, aquele que te empurra serviços e produtos goela à baixo, ou o passivo, quando você fica horas esperando na linha e sempre é direcionado ao próximo atendente e tem que repetir (tem que estar repetindo... hehehe) toda a história e seus dados mil vezes... Esses problemas acho que todos já se depararam alguma vez, mas o que me encoraja a escrever este post é o que penso sobre este "Mercado de Trabalho" e não sobre o gerundismo.

- Só um minuto....

[silencio]

- Obrigado por aguardar, o post vai estar começando agora.


Vale lembrar que esse mercado de trabalho é o destino de muitos jovens pobres das grandes cidades. Tal como no tráfico, o trabalho é desumano e em horários e escalas absurdas que chegam a impedir que o jovem estude. E tal como no tráfico, tem sempre um monte de abutres ganhando grana terceirizando sua mão-de-obra e detonando com os direitos trabalhistas dessa moçada. E em ambos os casos, o jovem entrega ao cliente, como produto final, uma verdadeira "droga", e tal como nós (usuários), somos todos vítimas.

A culpa é de quem?

Minha que não é, logo vou estar lhe transferindo para outro departamento responsável pela culpa. O revoltado mané agradece a sua atenção em ler as linhas acima, tenha um bom dia, até logo!

sexta-feira, agosto 24, 2007

Com a palavra Dr. Drauzio

Já que não dá mais tanto Ibope o caos aéreo, agora chegou a vez de sermos açoitados diariamente com o caos da saúde publica. O esquema é o mesmo... Pega-se o caso mais grave e dá-lhe um tratamento ostensivo e generalizado, como se fosse assunto novo. A tal greve dos profissionais de saúde no Estado de Alagoas é sério sim. Mas vender notícia é mais sério ainda. Afinal isso também é culpa do desdedado. Faltam dizer até que a saúde publica virou problema de alguns anos pra cá. No texto abaixo, não está implícita a questão dos cartéis de planos de saúde nem a exploração da "mão-de-obra", muito menos o fato dos novos médicos se formarem em instituições duvidosas. Bem, dou a palavra ao Dr. Drauzio:


"O exercício da medicina por mais de 30 anos me concede a liberdade de aconselhar os médicos mais jovens, mesmo consciente da péssima reputação de que os conselhos gratuitos gozam. É que o passar dos anos desperta nos mais velhos o desejo compulsivo de recomendar aos que ensaiam os primeiros passos que sejam mais espertos e evitem os erros que a ingenuidade nos fez cometer.

Está na hora de acabar com o ritual do juramento de Hipócrates nas cerimônias de formatura. Para que manter essa tradição? (...) Soa ridículo ouvir jovens recém-formados repetirem-no feito papagaios. Que me desculpem os tradicionalistas, mas faz sentido jurar por Apolo, Asclépios, Higéia e Panacéia não fazer sexo com escravos quando entramos na casa de nossos pacientes? Ou não usar o bisturi, mesmo em casos de cálculos nos rins? (...)

Embora o juramento contenha intenções filosóficas louváveis a respeito da ética no relacionamento com as pessoas que nos procuram em momentos de fragilidade física e psicológica, convenhamos que a visão social do pai da medicina deixava muito a desejar. (...) Sem desmerecer o valor científico de Hipócrates, observador de raro talento, que fugiu das explicações religiosas e sobrenaturais, deixou descrições precisas de enfermidades desconhecidas na época e abriu caminho para a medicina baseada em evidências, repetir o juramento escrito por ele sem fazer menção ao papel do médico na preservação da saúde e na prevenção de doenças na comunidade é fazer vistas grossas à responsabilidade social inerente à profissão.

Por outro lado, aos olhos da sociedade, a mera existência de um juramento solene dá a impressão de que somos sacerdotes e de que devemos dedicação total aos que nos procuram, sem manifestarmos preocupação com aspectos materiais como as condições de trabalho ou a remuneração pelos serviços prestados, para a felicidade de tantos empresários gananciosos.

Por causa desse pretenso sacerdócio, os médicos se submetem ao absurdo medieval dos plantões de 24 horas, seguidos por mais 12 horas de trabalho continuado no dia seguinte, em claro desprezo à própria saúde e colocando em risco a dos doentes atendidos nesses momentos de cansaço extremo. Outros podem passar por isso uma vez ou outra, mas nunca sistematicamente, todas as semanas, contrariando o mais elementar dos direitos trabalhistas: o de dormir.

O que faz da medicina uma profissão respeitável não são as noites em claro nem o conteúdo do que juramos uma vez na vida, muito menos a aparência sacerdotal, mas o compromisso diário com os doentes que nos procuram e com a promoção de medidas para melhorar a saúde das comunidades em que atuamos.

Para cumprir o que a sociedade espera de nós, é preciso lutar por salários dignos, porque hoje é humanamente impossível ser bom médico sem assinar revistas especializadas, ter acesso à internet, freqüentar congressos e estar alfabetizado em inglês, língua oficial das publicações científicas. (...) Medicina não é profissão para aqueles que têm preguiça de estudar.

"Apesar de absolutamente necessário, o domínio da técnica não basta. O exercício da medicina envolve a arte de ouvir as pessoas, de observá-las, de examiná-las, interpretar-lhes as palavras e de discutir com elas as opções mais adequadas. O tempo dos que impunham suas condutas sem dar explicações, em receituários cheios de garranchos, já passou e não voltará.

Talvez a aquisição mais importante da maturidade profissional seja a consciência de que a falta de tempo não serve de desculpa para deixarmos de escutar a história que os doentes contam. De fato, muitos deles se perdem com informações irrelevantes, embaralham queixas, sintomas e, se lhes perguntamos quando surgiu a dor nas costas, respondem que foi no casamento da sobrinha. Nesses casos, o médico competente é capaz de assumir com delicadeza o comando do interrogatório de forma a torná-lo objetivo e exeqüível num tempo razoável.

Nessa área, sim, temos muito a aprender com os velhos mestres. Hipócrates acreditava que a arte da medicina está em observar. Dizia que a fama de um médico depende mais de sua capacidade de fazer prognósticos do que de fazer diagnósticos. Queria ensinar que ao paciente interessa mais saber o que lhe acontecerá nos dias seguintes do que o nome de sua doença. Explicar claramente a natureza da enfermidade e como agir para enfrentá-la alivia a angústia de estar doente e aumenta a probabilidade de adesão ao tratamento.

Muitos procuram nossa profissão imbuídos do desejo altruístico de salvar vidas. Nesse caso, encontrariam mais realização no Corpo de Bombeiros, porque a lista de doenças para as quais não existe cura é interminável. Curar é finalidade secundária da medicina, se tanto; o objetivo fundamental de nossa profissão é aliviar o sofrimento humano". - Drauzio Varela

quinta-feira, agosto 23, 2007

Ajude abafar mais esse!

Ontem mesmo eu conversava durante o almoço sobre o significado da palavra preconceito. Quem diz ser desprovido, não sabe o que é. Outra coisa é a tal discriminação. Agora racismo ou ostracismo é o fim da linha.

Na minha lista de "pendências" me consta um item "post de repúdio aos ovos da elite". Será que desta vez eu consigo?

Porra!!!!! Escrever sobre ódio? É isso aí!
Ódio. É o que tem uma meia-dúzia de sortudos que insistem em viver no grau máximo da futilidade.
Muito ódio. É o que sinto quando vejo os malditos filmes no youtube.
Revolta. Ela até me arranca as palavras e joga longe.
Repúdio. É pouco.
Vingança. Vem à cavalo!!! Acredite quem quiser, o mundo gira.

Veja os videos...



Agora sim posso exercer meu maldito preconceito. Não aturo gente fútil. Não aturo essa classe média, branca, burra, irresponsável, manipulada, cega, mesquinha e autodestrutível.

Boninho é na verdade um "malinha". Indigno de dó, mais um peso no mundo. O ícone do sucesso burguês. Poderia dizer que seus pais gastavam mais tempo dando uns tecos com Narcisa e companhia, do que dando atenção pra essa criança vazia e carente. Eis o brilho do Leblon. Ofoscou a família, ofuscou o respeito. É pra isso que a minha geração foi programada. Pra ser meros consumidores. Nos shoppings, na "night", nas boutiques, vitimas do status, da ostentação. Ninguém quer nada de verdade. A programação que define sua tribo, suas idéias, sua droga, sua dependência, sua burrice, sua arrogância, sua completa alienação.

Eis que nós, os pobres, os desprovidos de educação, sabemos ler, sabemos interpretar. Nos habituamos com a desigualdade, com a manipulação, mas não com a humilhação, muito menos nos rendemos. Nós que éramos o alvo da manipulação executada pelo Boni Pai, vemos no que se transformou seu filhote que nasceu com $orte e "boa-família" num verdadeiro verme, num nada, e lá se foi muita grana empregada em sua educação... hahahah isso é a piada da nossa "medíocrecracia". Nem faço mais piada com a tal justiça que carimba o pobre como culpado antes de nascer e dá imunidade pra esses idiotas acéfalos.


Um recadinho pra quem "CANSOU", ou seja, o cérebro atrofiou:
- Assine aqui, vista sua camisetinha "Sou da Paz" e pule naquele burraco ali. A segunda opção você já conhece, continue fazendo peso na terra até ser abordado... Quem não nasceu com $orte não pode se dar ao luxo de ficar "CANSADO"!!!!

Como sempre digo, pode ser daqui 5 minutos ou daqui 300 anos. Quando mandarem a conta, quero ver se eles aguentam o tranco.

Talvez ainda seja possível ser otimista. Afinal rico ou pobre, todo mundo morre!

(juro que não fiz questão que rimasse, e também parei de apoiar chacinas em festas Black-Tie, sou humanista, heeheheh)


Durante a semana toda me ficou ecoando aquele velho som que diz:

WE DONT NEED NO EDUCATION!!!!

terça-feira, agosto 14, 2007

PF e DEA

Mais uma vez preciso começar minhas pobres letras dizendo que não faço apologia ao crime, óbvio. Mas enquanto a maldita mídia continuar açoitando a inteligência da população eu não sossego.

Certa vez li uma entrevista de um ex-diretor da PF que afirmou por A + B que a PF é sim financiada pelo DEA (a narcóticos dos Estadunidenses) e deu detalhes sobre como funcionam as coisas.

O traficante mais procurado do mundo, Juan Carlos Ramirez Abadía, foi capturado em São Paulo numa missão digna de seriado gringo; O FBI oferece em seu site a recompensa de 5 milhões de verdinhas pra quem der informações sobre o traficante; A PF recusa a tal recompensa (Wanted Dead or Alive!!!).

Como sempre digo, somando 1 + 1 tem que resultar em 2. Mas no Brasil, as coisas são diferentes.

Se alguém da PF tivesse chegado à uma pista do traficante, poderíamos contar com o altruísmo do oficial que não se sentiu tentado à ficar com o tal REWARD $5,000,000.00. ????

Teoria conspiratória do gueto:

O DEA, FBI ou qualquer polícia do mundo não pode chegar aqui e grampear ninguém... bóvio!!!
Mas eles podem mandar nos seus subordinados da PF, os quais efetuam a prisão, e Hollywood manda um bom camera-man para filmar a ação que se dá com o famoso "-A CASA CAIU!" e não o clássico "- Você tem o direito de permanecer calado, tudo que disser poderá ser usado contra você no tribunal". Eu queria muito ver as gravações da ação sem a maldita edição das imagens.
Só que a parte mais interesante, que seriam as arestas da suposta investigação da PF, onde até agora não caiu nenhum funcionário público, não chegará à lugar nenhum, é ali a mina de ouro e o calcanhar de aquiles do esquema todo. Quando chegarem nos "NARANJAS" a investigação pára, caso contrário teríamos que construir uma grade em torno do próprio prédio da PF e quem sabe até de brasília.
E não é à toa que o próprio Abadia declarou não ter medo de ficar preso aqui. Bobinho ele, não?
Aqui rolaria um frigobar, celular via satélite, TV à cabo e visitas íntimas heheheh.

O que mais me espantou até agora sobre o caso é a constatação sobre o método empregado no transporte de farinha pra terra do Tio SAN. O maluco mandava várias toneladas por vez pelo fundo do mar, num submarino que tem forma de míssel. E aqui fica a dica para o Mano BIN...
Ouvi dizer que Antrax é mais leve que pasta base de coca.

Desconsiderando o papel fundamental empregado pelo narcotráfico na manutenção do capitalismo selvagem, ainda fica no ar a questão sobre a saúde pública dos maiores consumidores de pó do planeta... muita gente não toca no assunto, mas no American Way of Life, o consumo de drogas garante a sobrevivência dos "loosers" e as festinhas dos fodões... será que a abstinência causada pelos preços inflacionados do pó (consequência considerável) pode gerar mais violência no país dos maníacos genocídas. Quando tempo leva até o próximo atirador entrar em ação em alguma escola Estadunidense? E como ficaria a criatividade dos concorrentes ao próximo Oscar?

Quase esqueci... só não pegaram o maluco antes por conta das incontáveis greves da PF.. hahahahah

sexta-feira, agosto 03, 2007

Internet não? Blog não? Elton John?

Folha Online - Ilustrada - Elton John pede fim da internet para salvar indústria musical - 01/08/2007

À pedidos do Tommy Boy vou metralhar o coitado do Elton John.
Não irei em momento algum agir como um homofóbico. A orientação sexual alheia não me diz respeito nem mesmo me incomoda. Mas falando em incômodo, posso garantir que FRESCURA e HIPOCRISIA me incomodam e muito.

Eis que o cara acha que a internet é vilã, pois bem a rainha dele nunca o foi, né?! Visão artística à longo prazo?!?!?! Hey True Owner.. what it means?

Ele mesmo já havia tido a brilhante idéia de leiloar seus lindos modelitos pela net, mas agora a mesma net é quem tira o sal da sua janta... que pena!

Agora ele quer ser o promoter dos encontros pelo mundo, hehehe, mal sabe ele que não é a internet que aprisiona as pessoas em suas casas, e sim, o maldito modus operandis dessa loucura que transforam o mundo. Alguns morrem de medo de sair de casa por conta da violência urbana, outros com medo de terroristas, de bombas, ou simplesmente não tem tempo para entretenimento.

E logo ele que é do ramo do entretenimento chega a ser rídulo pregar o fim da internet... Pois é, como ele não entende nada nem de música, quem dirá sobre internet e tecnologia.

Outro incomodo grande é que atualmente ninguem produz musicas originais, e quem um dia o fez, fica viajando na maionese com esses assuntos e não produz nada novo decente.

Até entendo a preocupação dele, mas na boa, a única coisa que gostei de ver com o Elton John foi o Celebrity Death Match da MTV... o OZZY comeu a cabeça dele... hahahahahha... e sabe como eu puder ver isso? Pela internet, lógico!

P.S.: Não achei o video, mas acho que no The Best of CDM dê pra ver o trecho do Ozzy hehehe

sexta-feira, julho 27, 2007

O Real Estado da produção de conteúdo no Brasil | Meio Bit

O Real Estado da produção de conteúdo no Brasil | Meio Bit

O pequeno grande Muras me mandou o link acima e não aguentei, tive que comentar o texto, segue aqui o meu comentário:

Eis a era da (des)informação. Aos excluídos a ignorância, aos privilegiados o excesso de informação que garante a alienação. Sem dúvida que a nossa educação fomenta isso e tende para o pior.

Falar em produção de conteúdo leva a pensar em duas coisas, arte e jornalismo.


A primeira, a arte, entendo que reflete para a história o momento que vivemos. Cada um por si e todos atrás das verdinhas. Logo, o que se vê de produção musical, literária e etc, nos leva a entender que ninguém quer consumir informação e cultura, o negócio é o entretainment, a fuga do inconsciente coletivo pra continuar vivo nesse mundo louco que nos faz ser a cada dia mais sem noção. Pensar e questionar dá trabalho!
Quem dirá consumir informação de qualidade. Não é à toa que os títulos mais procurados nas livrarias são os livros de auto-ajuda.

Se tentarmos catalogar, por exemplo, as produções musicais a partir da década de 80, veremos como anda a nossa "qualidade". Logo, quem se compromete com essas coisas está fadado ao underground ou alternativo e tome rótulos.

Ou seja, se o que vende é Bonde do Tigrão e Ivete Sangalo, não espere que o Wikipedia seja mais visitado que o site da Paris Hilton.

O outro lance que me passou na cabeça ao ler o texto, foi sobre a produção de conteúdo jornalístico. Este sim sinaliza a nossa total falência. Um exemplo clássico é aquela revista semanal que tem mais figurinhas do que texto no seu conteúdo e quando você começa a ler a matéria, além de estar recheada de adjetivos e opiniões próprias, ela acaba sem mais nem menos. E isso não é à toa, o editor entendeu que matérias extensas cansam e são ignoradas pelos leitores. O que o brasileiro gosta mesmo é de enlatado, alguém em quem ele possa confiar como fonte de informação.

Se já vínhamos validando tudo que a mídia viciada noticia como verdade sem senso crítico para avaliar os fatos e chegar a uma opinião própria sobre o assunto reportado, agora com a "grande rede" temos mais um problemão. Ou seja, um universo infinito de conteúdo, com interatividade e liberdade para publicação, onde vejo muita gente acreditando piamente nos blogs (narrativa em primeira pessoa que expressa a opinião pessoal de quem a publica), onde se o fulano botou no blog é verdade... Sem contar que na Internet a inibição é aniquilada pela possibilidade de assumir a personalidade que se desejar virtualmente. Outra noção errada sobre responsabilidade no mundo digital, onde os internautas não se julgam tão responsáveis pelo que publicam. (Vai pensando que você é anônimo na internet!!)

Voltando ao ponto inicial sobre os moldes da sociedade capitalista ocidental, relacionando com a educação de massa oferecida pelo Estado Brasileiro, temos como reflexo os fóruns de discussão, blogs e Orkut que nos deixam pasmos com a própria ortografia e gramática empregadas nos textos. Nem vou comentar sobre o dialeto MSNnês, um verdadeiro crime contra o próprio idioma.

Soluções?! Educação, em casa e na escola! Mas um conselho primordial é que os pais acompanhem mais de perto o que os filhos andam acessando na Internet, já que para a minha geração, os pais não faziam idéia do que é a tal internet.

segunda-feira, julho 23, 2007

Toinho perguntadô

Bi-rim-bim-bim Gongojámê!

Segue o cortejo de Toinho, hómi honesto e digno baiano. Sofredô, trabaiadô, pai de 9 filhos. Vivia da lovôra, os fio hómi dele tá tudo no Sul, tentano a sorte nas cidades de pedra e aço.

Bi-rim-bim-bim Gongojámê!

A cachaça é por conta da fâmia. O festa nos velórios é homenagem ao defunto. É o jeito de deixar a tristeza afogada em algum lugar onde a ressaca trará à tona no dia seguinte.

Bi-rim-bim-bim Gongojámê!

De Toinho, boas lembranças, bons exemplos.

Bi-rim-bim-bim Gongojámê!

Toinho lá ni São Paulo faria sucesso. Pra Toinho não existia meia verdade, inverdade ou conversa fiada. Toinho gostava de tudo às claras, era filho de xangô e yemanjá.
Era Toinho que cansava as entidades do terreiro com milhares de perguntas, o chefe da casa sempre o chamava de Toinho perguntadô, ele questionava tudo, tudo mesmo.

E agora, vestindo seu terno de madeira, com a benção de todos os santos, o descanço merecido. Seu talentoso netinho pensativo no canto do velório, entre a cantoria das senhoras num cômodo e os goles de cachaça no outro. Em sua mente muita perguntas:

Será que já terminaram de beber o corpo do Painho da Bahia? Será que vô Toinho ficou triste com a morte do outro Antonio?
O que será da Dinastia Magalhães? O que será da pobreza de minha família?
Será que o netinho dele aguenta sozinho em Brasília? Será que eu guento a lida sozinho na roça?
E agora, o que fazem os baianos "hipnotizados" desde a ditadura?
Será agora o momento de aparecem "os novos baianos" na politica local?
E aquele papo de que com o Dono da Bahia o estado cresceu mais que o vizinho na mão da dinastia do ex-presidente, tem como sustentar?
Limbo, purgatório, umbral ou inferno?
Será o ínicio de um novo feriado no calendário baiano?

- Simbora bebê, vai sabê quando a puliça do véio subirá a ladeira de novo... - resmunga alguém na varanda.

Uma resposta o Neto tem, pêsames, sentimentos, bláblábá?!! Não!!! Sem chance... com ele é sem massagem, calos nas mãos, pobreza estampada no rosto e um pouco de ódio pra aguentar o dia-a-dia de um baiano de verdade com o velho e cansado sorriso no rosto.
Na alma, rancor, desilusão e frustrações. A seca de seu coração nunca foi iludida com as promessas dos senhores de engenho, assim ensinou o Vô Toinho, Toinho perguntadô!

Simbora bebe!

Bi-rim-bim-bim Gongojámê!

Folha Online - Ilustrada - Gratuito, Festival de Cinema Latino-Americano começa hoje em SP - 23/07/2007

Folha Online - Ilustrada - Gratuito, Festival de Cinema Latino-Americano começa hoje em SP - 23/07/2007

Cena do longa brasileiro "O Céu de Suely", presente na segunda edição do festival
Cena do longa brasileiro "O Céu de Suely", presente na segunda edição do festival

segunda-feira, julho 16, 2007

Velório Digital

Empresa já transmitiu 8 velórios pela internet
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma empresa que gerencia o serviço funerário de São José dos Campos (91 km de SP) iniciou nesta semana a transmissão em tempo real, pela internet, de velórios. Desde segunda-feira, oito cerimônias foram transmitidas pela web.
Para o velório ser veiculado virtualmente, de forma gratuita, a família precisa assinar uma autorização. Segundo a Urbam (Urbanizadora Municipal S.A), que tem a prefeitura como acionista majoritária, o serviço é inédito no Estado.
Por meio de câmeras instaladas nas quatro salas de velório da funerária municipal, as imagens são disponibilizadas na página da empresa (www.urbam.com.br), permitindo que parentes e amigos ausentes possam acompanhar a cerimônia a distância e em tempo real.
Para acessar as imagens, o usuário deve ter conexão de banda larga. Não é preciso senha. O serviço permite o envio de mensagens de pêsames.
A empresa não soube informar o número de internautas que já acompanharam os velórios, mas disse que ao menos 30 mensagens a familiares já foram enviadas pelo site.
A assistente social Eliza Yukie Otsuka, 30, autorizou a transmissão on-line do velório do pai dela, que morreu na segunda-feira. "Tenho dois irmãos, um no Japão e um na Austrália, que foram informados da morte e também da possibilidade de acompanhar o velório pela internet."
Ela conta que recebeu mensagens de desconhecidos. "Deve ter sido gente que deu uma olhadinha e resolveu mandar uma mensagem de conforto."


Fonte: Folha On Line

CPMF

Tentando já não é garantido, sem tentar, nem te conto....

Pra quem não se interessa pelo assunto, vale lembrar que dói no bolso tanto do rico quanto do pobre. Para aqueles que ficam putos com o cruzamento da CPMF pelo Leão, assine duas vezes hahaha.

Abra o link abaixo e também assine digitalmente esta mobilização, mesmo que o CPMF não atrapalhe as suas "corretas declarações de imposto e renda", mesmo que você pense que não recolhe CPMF, já está tudo embutido no preço, é o povão que sempre paga.

VAMOS TENTAR!!! Mas se preferir, deixe um comment que depois eu mando PPS com mensagens de auto-ajuda pra aliviar as feridas.

FIESP | Federação da Indústrias do Estado de São Paulo

quarta-feira, junho 20, 2007

A Paris veste prada...

Sabe aquelas viagens mentais que fazemos e nunca contamos pra ninguém? Pois é, eu tenho as minhas, e algumas eu ponho aqui... Outras são tão lúdicas que não tenho coragem suficiente. Uma viajem que tive ontem foi sobre esses papos de quando Deus voltar, blá blá blá. Aí minha fértil mente de uva passa entrou em colapso. Há um bom tempo atrás li Santa Puta Redentora, era uma história de um garoto que dominou o mundo através do marketing e mídia, o qual no decorrer de várias reencarnações já havia sido Hitler, Napoleão, e que na verdade era o Anjo que um dia resolveu que superaria DEUS, ele mesmo, Lúcifer. Mas desta vez esse espírito encarnado em nossa geração como um menino prodígio, apaixonado por sua prima-irmã, que por sua vez, era a reencarnação de Cristo, na paranóia delirante do autor, o amor venceu o Diabo. Putz, bem louco, e daí?

E daí que eu já me questionei várias vezes sobre o bem e o mal, Deus e Diabo.
Minha indignação política muitas vezes me fez pensar tal como o CHAVITO, achando que o emissário do Diabo ou ele em carne e osso seria o Bushinho... pois é, nem sempre... Vou explicar.

O diabo é astuto, possui disfarces, é encantador, sacana e cruel... Isso poderia apontar para o líder do Império, mas não. O Diabo é bem mais interessante que isso, e com certeza ele iria provocar o mundo ou a psique de cada um em suas fraquezas.

Eu mesmo se fosse o diabo, não viria na pele se um sujeito feio, intragável e que muitas vezes parece não saber porque faz merda atrás de merda ou mesmo que está fazendo, completo sem noção. Talvez eu viesse à Terra disfarçado de mulher, gostosona claro, iria causar Inveja em muita gente, a Ira em outros, seria desejado, idolatrado, rico, arrogante, excêntrico, e assim por diante.

Siga meu pobre raciocínio. Pense nessa figura da foto (dentro do carro!), ela conseguiu ser uma das pessoas mais famosa do mundo. Como? Ela não recebeu prêmio Nobel, Gremmy, Oscar, nem medalhas, tentou ser atriz, cantora, mas nem toda a grana da Dinastia HILTON pôde ajudar. E seu verdadeiro talento mesmo é a futilidade, é "causar". Ela simplesmente trabalha muito o sua própria imagem, ama o espelho e o som de sua própria voz. Com seus escândalos e excentricidades criou um império com seus produtos (perfumes e roupas pra cachorro) cuja marca é seu próprio nome. Sem esquecer que ela é recordista mundial de buscas no google (cartegoria celebridades), perdendo só pra sua amiga cantora Britney Spears. Ela se tornou um ícone, um ícone da luxúria, avareza, vaidade e tudo regado à muito egocentrismo. Parece tudo muito redundante, mas se alguns pensam em odiá-la, eu penso de outra forma. Penso que ela conseguiu mostrar para o mundo as verdadeiras causas das desgraças humanas. Fome, guerra, aquecimento global, etc são apenas efeitos dessas coisas que regram as mentes daqueles que detêm o poder, são essas idéias que hoje catequizam os jovens a pensar apenas no próprio umbigo, penso que ela representa tudo aquilo que precisamos repensar ou exorcizar em nós mesmos. Afinal ela simboliza o "sucesso"...


P.S.: Queria ver ela cumprindo pena na detenção feminina de Sampa, lá no cebolão.... Talvez nem o verdadeiro diabo merecesse isso, mas quem disse que sou bonzinho.

sexta-feira, junho 15, 2007

Attitude


Pensei em milhares de títulos para ter um mote ou um ínicio, não deu.

Killing me softly ? Bah... não curto o óbvio
Everything is Everything? Não, nem sempre! E quer saber porque? Nelson Motta é o caralho, Patricia Marx é a cabeça do caralho e Super Jazz é a gonorréia do caralho. Fuderam com Tim Maia Racional, Cypress Hill, Erika Baduh, Public Enemy, numa nóia narcizista que, na moral, fecha por aqui, não merecem ser lembrados, foda-se.
Lauryn SIL ? Nem sei se é assim que se escreve, depois a Jana me corrige. Outro ponto a ignorar, a produção do evento, cômico aquele telão que melhorou muito a vida de quem pegou estrada e ficou de pé das 7:30 as 11:30 esperando o começo do show.
Lauryn Sá ou Sandra Hill ? Pois é, seria leviano roubar idéia alheia. Que visual da Lauryn, que energia, não dá pra imaginar quantos filhos ela tem. Ainda mais por que essa idéia me leva a lembrar do fracasso do show de abertura, que nos levaria a uma escolha complicada. Naturalmente me veio um lance que deixa a escolha menos penosa. As nossas negras. Sandra de Sá, Luciana Melo, Paula Lima, Elza Soares, Negra Li, tantas e tantas e a minha opinião pessoal... gostaria de ver lá a Nega Gizza, mulher do morro, mulher dos movimentos sociais, de confronto, de idéia, de ATITUDE. Queria ver o choque com o público.
Outro título que pensei : IS FUNNY HOW MONEY CHANGE A SITUATION ! Afinal 8 onças num ingresso beira à extorsão e pra variar limita a cultura.
Pra explicar o ínicio do show, o título seria READY OR NOT , o palco era pequeno pra rapaziada dela: Um DJ (show à parte), Baixo, backing vocals AFRICA REPRESENT, percussão, mega power batera, metais, contra-baixo (sim! outro, 6 cordas), tecladista, piano de calda, foi o que consegui ver.

E finalmente, o título ATTITUDE recebeu o maior numero de ligaçoes no 0300, o primeiro motivo é o que o show tem, muita atitude, que transborda da artista, mãe e humana Lauryn Hill e sua banda no palco. O show começou com a banda fazendo uma performance PshicoHeavyCoreFunk, uau!!! Quando a Lauryn entrou, não sabia se era um misto de Zack De la Rocha com Bob Marley e Pschico Mike... MANO!!!... um murro na cara. Muito improviso, muita música de primeira, e ela ainda fez aquela massa cansada e massacrada pular muito. Até quem não conhecia Fugees pirou .... que louco, estou surdo e anestesiado, como digo sempre, de alma lavada, de boa, se liga só no set list que contou com LOST ONE, Everything is Everything, To Zion, Fugeela, Ready or Not, Zimbawe, Iron Like Lion. Mas quando a banda e a Lauryn deixaram o palco, o povo em coro começou a cantar Killing me Softly, aí já viu.
Lá veio ela à capela e a banda chegando depois, na sequencia o som novo (loose myself) e fechando com estilosa Doo Wop THAT THING (Tín!). Aqui eu encho o peito de ar e durante os próximos 45 segundos sai um belo: P U T A Q U E O P A R I U ! ! ! !

O título é mais uma excreção exercida neste espaço cibernéticocrático. Attitude é como os estadunidenses aplicam a escrita para a mesma coisa. E lá -pensa este pobre sul americano periférico - Lá, o "t" a mais é o TIME... E na boa, não quero comparar nínguem, apenas a attitude de alguns artistas, pois vi o grande Tom Zé começar um show antes da hora resmungando sobre a falta de respeito com o fato de ter que passar som atrasado na frente do público (show gratuito ao público)... Vi o Roger Watters começar um espetáculo fabuloso Dois minutos antes da hora marcada. Vi a merda que deu o atraso dos Racionais na Sé. A idéia agora não é ficar fazendo juízo, apenas cobrar RESPEITO. Quarenta minutos é atraso. Mais de uma hora é desrespeito. Tô ficando velho porra!

sexta-feira, junho 08, 2007

Eyes On Darfur

Eyes On Darfur


Isso me chocou hoje. Como somos tão pequenos diante da morte. Como somos mesquinhos diante da desgraça alheia. Como ser forte num mundo que caminha no sentido contrário sempre.
Pois é, mais um gole, mais uma tragada... mais trabalho pra ocupar minha cabeça. Mais um pelo no meu umbigo. Mais um motivo pra chorar. Ou mais um motivo pra agradecer à Deus pelo meu mediocre destino de permanecer rodando em volta do Sol?

quinta-feira, maio 31, 2007

Malditos recursos de linguistica

Nos últimos dias, as midias viciadas do meu Brasil baronil cairam de pau com textos, comentários, editoriais e matérias de rádio e televisão sobre o golpe que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estaria desferindo na liberdade de imprensa ao não renovar a concessão pública da RCTV, um dos grandes canais de TV privados daquele país. Caberia compára-la em tamanho e influência política com o Império Roberto Marinho e sua corja.

Na verdade, nem se fala em “não renovação da concessão”, mas sim em “fechamento” do canal. Outra sutileza lingüística muito utilizada, é sobre a “suposta” participação da RCTV na tentativa de golpe de Estado contra Chávez, em abril de 2002. O uso da palavra “suposta”, neste caso, pode significar duas coisas: desinformação ou má fé. Considerando a quantidade de material disponível sobre a participação da RCTV no golpe, a primeira alternativa deve ser logo descartada. Minhas pesquisas superficiais: ( Wikipedia -> link ou busca no google -> link ).

Eis que quem defende a manutenção da emissora se apoia no argumento de "liberdade de expressão".... Ok! O que uma perda de concessão tem haver com liberdade de expressão? Será que os antigos funcionários da empresa foram proibidos de trabalhar em outras emissoras, ou numa nova, ou até mesmo de se expressar? Ou ainda de promover novas conspirações?

Veja um trecho do documentário “A Revolução não será televisionada”





O caso da RCTV pode ser um divisor de águas (eu espero), pois derruba boa parte da credibilidade das mega corporações de mídia em todo o mundo. Seja a CNN, na falsificação de imagens de protestos; sejam as agências de notícias ligadas diretamente à Casa Branca ou as emissoras privadas da América Latina, que apoiaram o golpe na Venezuela em 2002. No Brasil, o ímpeto contra Hugo Chávez já coleciona inúmeras distorções, meias verdades e mentiras inteiras (pra não dizer gigantes).

A primeira página da Folha de S. Paulo desta quarta-feira (30) registra que a concessão da RCTV foi "cassada" por Hugo Chávez. Não é verdade. A concessão terminou e não foi renovada; ela não foi cassada."

Leia mais aqui: http://www.fazendomedia.com/diaadia/protoblog.htm

Produzir televisão, rádio ou jornal é apenas uma das fontes de renda/objetivo dessas empresas. Elas têm vários negócios (da China! - Diga-se de passagem). Quem são os donos da Sky, por exemplo? Quem controla a rede americana ABC? E a CBS? e a NBC? É só checar os interesses comuns de Gustavo Cisneros e dos mexicanos Carlos Slim e família Azcárraga.
Basta ver quem são os donos das concessões de TV e Rádio que atingem a maior fatia da população brasileira, familia Sarney? Família Collor? ACM? Barbalho? Quem mais?

Olha só a listinha... veja quem são os donos ->
Emissoras da Rede Globo

E é claro que os descendentes de Charles Foster Kane não desistiram de dominar o mundo. Evo Morales e Hugo Chávez são uma ameaça aos interesses dessa gente. Pois os Kane são descendentes diretos dos colonizadores, dãnnn. Assim como os índios se levantaram na Bolívia e na Venezuela, ameaçando os interesses da elite que controla as terras, a riqueza e a mídia, isso pode acontecer em outros países. E são esses mesmos magnatas que colocam no mesmo saco, MST, MLST, CUT, Centrais Sindicais, Via Campesina, UNES, UJS, Farc, Hezbollah, ETA, Mano Brown, partidos ultra-esquerdistas, traficantes dos morros, o pessoal do hiphop e qualquer um que não tenha TV à cabo em casa, hehehe. Todos são ensacados e rotulados como vagabundos baderneiros e terroristas, e os coitadinhos da classe média que sempre pagam as contas abraçam a idéia, por que pra nossa educação questionadora, o humorista playboy é o principal formador de opinião (Desculpe aí gordinho fofo!)

No Brasil, por exemplo, há uma campanha para desaparecer com os negros (a carne mais barata do mercado). Ou para negar-lhes a condição de descendentes de escravos, indenização = quotas (isso dá muita discussão ainda!). Pois como determina nossa constituição somos um país multirracial. Ou seja, somos todos iguais, não existem negros, nem amarelos, vermelhos, nada. Daí que não existem interesses políticos dos negros. Sim, a discriminação e o preconceito "é pontual", dizem os que dizem que não são racistas.
A genética prova que Neguinho da Beija-Flor é, nas palavras de um cientista, majoritariamente "europeu". Pronto, Neguinho da Beija-Flor não pode mais falar como negro, nem como porta-voz dos negros, uma vez que é europeu. Mas ele não tem direito a um passaporte da Comunidade Européia. Vejam como é um processo cínico, uma eugenia às avessas, não para provar que existe um grupo de pele bem alva que controla tudo, mas para desprovar que um grupo de pele negra tem claras desvantagens sociais diante da polícia, dos justos cidadãos.

E apesar de milhares de programas sociais do governo, ainda continuo afirmando que a politica publica que atinge a maior parcela da população carente é o cacetete da polícia.

E o maior absurdo das elites no meu país é que além de controlar a opnião da massa, eles não cansam de perseguir a rédea da opinião governista. Eles tentam o tempo todo dizer quem deve ser amigo do governo, o que o governo deveria ou não fazer, e pra piorar, já ouvi Ministro dizer que se a mídia caiu de pau, significa que o governo acertou, caso contrário, mais caroço no angú; Nem devemos considerar aqui que essa mesma mídia - necessária ao governo - tem muitas dívidas éticas e acertos de contas com o Partido do Presidente da Republica por serem os protagonistas de golpes de boca de urna. E o tal DossiêGate?! E o debate Lula x Collor, hein?! hein?! hein?!

Malditos recursos de linguistica!!!!! Pra me xingar, basta clicar em comments....

terça-feira, maio 29, 2007

Who's stupid!!!!

E eu achando que simulação de ação anti-sequestro com troca de tiros dentro de onibus fosse estupidez... Tirar a vida de inocentes com uma calibre 12 (supostamente carregada com festim), durante um treinamento estupido, e estupidamente preparado e executado.
Achei que os nossos indices educacionais, além dos parametros governamentais e do descaso prático fossem estupidez também.... Mas quer saber?! A lavagem cerebral do Tio Sam é a nossa referência, estupidez da cultura do medo e consumismo! Lembra do que escrevi sobre o maldito ego?

Estupido seria eu questionar se alguma das das perguntas você não sabe responder, afinal estas respotas, não tornariam ninguém mais ou menos estupido do que meu maldito julgo pelos estadunidenses e o que pensamos ser o mundo que vivemos. Indignação estúpida a minha? Pois é... Estupido sou eu.... sem mais....


Mr. Intentional

Ansiedade é um problema. Enquanto espero desesperadamente o dia 14 de junho, no meu fone de ouvido a Lauryn Hill é uma constante. Reflexão, inteligencia e fé são coisas que deveríamos colocar na lista de prioridades para entendermos e avançarmos na nossa caminhada.
Ontem fiquei pensando muito sobre uma letra que dizia o seguinte:


Sr. Proposital

Sim...Sim...Sim...Sim... Você vê a estrada para o inferno ladrilhada com boas intenções
Você não pode dizer a forma como eles devem mencionar
Como eles ajudam você, você é apenas um tipo de vitima sem esperança
Por favor não me faça nenhum favor, Sr. Proposital

Tudo o que eles falam, andando para a perfeição
Eles caminham na estrada comandando teu amor
Eles precisam ser necessários, enganados pela motivação,
uma oportunidade para uma situação mais distante
Por favor não me patrocine, Sr. Proposital... oh...

Damos asas ao ego sendo imaturos
Os conselhos que nós desesperadamente procuramos
o esforço subconsciente para suportar nossos amantes
Tão engajado em negar, admitir que somos imaturos
Validando mentiras, Sr. Proposital


Abra seus olhos Sr. Proposital

Cravados num sistema que procura chupar teu sangue
Emocionalmente reféns abraçados ao que todos fazem
Contando toda a grana que você os dá porque
Exploram a ignorancia em nome do amor
Pare antes de cair porque é o que simplesmente um caminho que existiu
Por favor não me justifique, Sr. Proposital
Tão uni-dimensional, Sr. Proposital

Não me faça nenhum favor

Acorde, você estava dormindo, arrume sua cama e se mova
Pare de culpar os outros, a culpa não é de mais ninguem
Exceto a verdade sobre você
Você sabe que a vida continua sem você
e sem suas caras invenções inúteis
Desfarçando suas intenções
Não cultue minhas dores, Sr. Proposital

Veja, eu sei que vc não pode me ajudar, Sr. Proposital
A unica ajuda que preciso pra viver não é profissional
A unica fortuna que tenho não é material
E se você precisa de mais que isso - Não estou disponível

Por favor não me entretenha, Sr. Proposital
Eu não preciso de sua simpatia, Sr. Proposital
Fique longe de mim, Sr. Proposital
Tão adimensional, Sr. Promocional, Sr. Emocional, Sr. Sr. Proposital....

quinta-feira, maio 24, 2007

A MERDA

Nada acontece como gostaríamos nem como havíamos previsto. Morre uma pessoa próxima. Explode uma guerra. Perdemos o emprego, ou tememos perdê-lo. Naufragamos na miséria. Ficamos doentes. Estamos infelizes no trabalho ou no amor. Não somos livres. Nossos pais são retrógados, invasores, pirados, egoistas, desligados, autoritários, temos sempre alguma reprovação a lhes fazer. Nossos filhos nos decepcionam. Estamos cansados, trabalhamos demais. Temos muitas e pesadas responsabilidades. Não temos tempo para nós. Nosso companheiro(a) nos trai ou nos abandona. Ficamos impotentes. Nossos rivais nos superam. Tememos o ridículo. Vamos ficar velhos. Não realizamos nossos sonhos. Vamos morrer. Mesmo quando tudo vai bem, temos medo.
Gostaríamos tanto que os acontecimentos se conformassem à ordem que decretamos, às imagens que criamos na cabeça, às palavras que pronunciamos, aos conceitos que fabricamos.
SOMOS CRIANÇAS MIMADAS, DITADORES.
O que é esse sonho de um mundo sem morte, sem doença, sem velhice, sem acidente, sem desordem, sem erro, sem broxada, sem abandono, sem traição, sem infidelidade, sem derrota, sem inferioridade, sem ridículo, sem cagada, sem rejeição, sem drogas, sem assassinato, sem roubo, sem derrota, sem mentira, sem gozação, sem decadência, sem invenção, sem novidade, sem surpresa, sem sofrimento, onde tudo acontece exatamente conforme desejamos?
A realidade pode ser desagradável, mas é a pura realidade. A verdade pode feder, mas é a verdade.

Olhe então para a realidade e não tema a verdade.

Olhe para a merda do mundo. É exatamente a mesma merda que há em você: a besteira, a cobiça, a impotência, o rastejamento, a raiva, a violência, a arrogância, a intolerância, a teimosia, o ciúme, a inveja, a vergonha, a desconfiança , o medo, o exibicionismo barato, a superficialidade, etc. Se você acusa os outros [o mundo, os homens, as mulheres, a família,o sistema, etc] você é um verdadeiro covarde, se você se culpa, você é um idiota. Mas se você se recusa a ver a merda você é o pior dos covardes. A verdadeira coragem está em ficar na merda. Trabalhar com ela. Aceitá-la tal como é. Ver que a realidade é vazia de julgamentos.
E sentir no mais íntimo que a merda é você sonhando com merda.

AUTOR DESCONHECIDO, ou um apenas mais um MERDA!!!

Eis a merda da minha opinião:


Vá à MERDA!!!!!! Ou seja, interiorize-se e descubra que diferença você faz nesse fosso do mundo chamado Terra... Ou contente-se em ser apenas um merda rico, ou um merda bonito, ou um merda bem sucedido, ou um merda frustrado, um merda deprimido, um merdão, um merdinha, um merda pobre ou rico, um merda de qualquer rótulo, cor, idade e fedor... Delicie-se com a merda de sua vida enquanto lhe é possível feder, sonhando e fedendo mais que a outra pessoa ao lado... E ao menos seremos preteridos pelos urubus mais exigentes.

terça-feira, maio 22, 2007

Desafios

Minhas primeiras publicações foram acreditadas pelo antigo site http://www.hiphopbrasil.com.br

Todo apoio e confiança nas minhas loucuras... Cada vírgula, cada ponto, cada treta, cada idéia, meus discursos comuna, remungos e chatices.... O cara que botou uma fé foi o DJ Click. Perdemos o domínio hiphopbrasil, mas a luta continua no http://www.epidemiaurbana.com.br . Lá consta na lista de colunistas um tal de Wil CdeI... o codinome do manézão aqui.

A primeira matéria do hiphopbrasil foi um desafio, falar sobre o feriado de 20 de novembro, dia da consciência negra, de Zumbi dos Palmares, de negritude de atitude e de fé; Fé em dias melhores. (também tem aqui no blog-> LINK

Agora o desafio é outro... lançar uma letra de música pra DJ Click gravar seu disco.
"- Mano, vou lançar um disco, se vira por que precisa ter uma letra sua no disco"

E agora??? Chover no molhado? Qual o mote? Por onde começar? Inspiração?

Bem, a Lauryn tá me falando um monte de coisas bonitas no ouvido, o Brow e o Ed Rock ativam minha revolta, o Bill me leva pra realidade miseravel de nossas vidas periféricas, o Thaíde me lembra que musica também precisa ser dançante. Cypress me faz pensar em "contestações", 509-E me remete ao grau máximo da pilatragem burguesa, o cárcere. O Gog me mostra que uma coisa é tentar, outra é ter talento, pensei numa letra gringa, fiquei puto de lembrar o que a industria fez com o RAP na gringa. Lembrei do paga-pau que tinha um discurso à pampa até se vender pra coca-cola. Penso nos poetas de cordel, lembro do grande poeta Bob.

Não é de hoje que discuto sobre o futuro do RAP e seu papel social.
Não quero mais retratos da periferia, da miséria, do ódio e das chibatas cotidianas. Penso que o RAP agora tem maturidade e precisa mostrar caminhos, saídas e fazer o povo pensar e agir.

E agora? Por onde começar? O que evitar? O que considerar?
Espero que a insonia me ajude nisso!

Sem comentários!!

terça-feira, maio 15, 2007

Eu...eu... eu!!!!

Muito me questiono sobre a conduta do individualismo ao qual somos submetidos ou cooptados dentro de nossas vidas vazias. A desumanização das relações nos coloca no papel de coadjuvantes passivos da mediocridade. Pensar no próximo dá trabalho. Sonhar com um mundo melhor causa depressão.

Na busca de reencontrar minha fé e meu equilibrio, racionalizei mais uma vez sobre as religiões, sobre o carma budista, sobre a reencarnação Kardecista, sobre os preceitos e história do cristianismo do vaticano, sobre o Judaísmo e seus mandamentos, e quando cheguei no hinduísmo me deparei com as tais "castas" sociais. Pensei sobre a eficácia dos livros de auto-ajuda, sobre o fenomeno do "Segredo" que a milhares de anos chamamos de fé. Mas ao contrário das igrejas evangélicas que destilam seu "amor" aos irmãos que buscam além de ajuda espiritual, uma ajuda empresarial, não podemos dizer que o culto aos objetivos pagãos de prosperidade financeira das ostentações terrenas seja algo clerical ou condenável, afinal gira a roda da humanidade com grana.

Esse negócio de revolução interior e a rebeldia com o mundo caótico nos coloca numa posição estéril, ou somos parte da solução ou parte do problema. Será?! Segregação, comunhão, ilusão?

Enquanto não obtenho respostas, vemos estudantes fuzilar colegas na escola, Japonês decapitar a mãe pra chamar a atenção, pseudo-cidadãos matando e morrendo por motivos banais ou torpes; O Papa do Reich querendo missas em Latim e toda uma sorte de pessoas querendo 5 minutinhos de fama, e assim vemos também o desespero tomar conta de muitos corações.

E no fundo, o grande problema do mundo sempre será nós mesmos, sempre o maldito EU. Mudar o mundo virou exercicio dos manuais de auto-ajuda, porém ao ponto que somos reféns desse mundo, o único mundo possível de mudar seria o nosso "mundinho interior". E se existe algum diabo, este habita o lugar comum do nosso egoísmo patético nos impedindo de ouvir o próprio coração. E no meu rádinho ouço as seguintes afirmações dos poetas do lixão:
Continuemos nos matando irmãos, sabe pra quê? Por que assim seremos sempre iguais. O egoísmo transformou o mundo numa fábrica de fazer vilões, sem rostos, sem opiniões, apenas um saco cheio de ódio e frustrações.

E até onde valeria à pena ser um alienado a menos nas estatísticas?

segunda-feira, maio 07, 2007

Nação Zumbi, Nação Zulu

No ultimo final de semana tentei aproveitar algumas das atrações da virada cultural na capital de São Paulo. Fui à praça da Sé, onde se apresentaram Alceu VAlença, Andrew Tosh, Nação Zumbi e Racionais MC's.
Como cheguei tarde, vi apenas o show da Nação Zumbi. Um caleidoscópio de tribos, estilos, gente de todo lugar, de todas as idades, de vários tamanhos, de diversas intenções.
Ao chegar, peguei resquícios do show do Andrew Tosh, o filho do grande Peter Tosh. Uma parte galera do "bem" permaneceu por lá. Os fãs da Nação Zumbi começa a chegar, assim como os fãs dos Racionais. Por ser eclético, sou fã de todos os artistas que se apresentaram, e embora eu não seja antropólogo do caos, nem cientista da lama, achei o máximo a mistura dos públicos, do meu povo da perifa, pulando e curtindo com o resto do pessoal, os regueiros, os porra-louca; Porém, confusão seria quase inevitável. Mesmo com o policiamento, o número de "malucos" era muito grande.
Com o começo do show (espetacular) da Nação, começaram as "rodas", e o pau comia, na roda se via careca, cabeludo, mano, mina, truta, rastas e toda uma sorte de gente curtindo com muita energia. Na segunda metade do show, quando começaram a tocar o disco DA LAMA AO CAOS, vi os manos da perifa se quebrando na roda com os playbas marombados.. hahaha força e poder de persuasão são coisas distintas. Sem maiores comentários.
Após o show da NAÇÃO ZUMBI, aguardamos por algum tempo, e com o atraso e canseira acabei rumando pra casa, pois já havia assistido à outros shows dos Racionais na Z/S e claro, já estou meio tiozinho pra acompanhar a curtição até o sol nascer.
Pelo que fiquei sabendo na merda da grande mídia, parece que houve uma luta campal entre fãs e policiais, alguns carniceiros de plantão ainda ousaram a creditar a culpa ao Mano Brown, em algum outro veículo de mídia ouvi dizer que o Mano Brown incitou os fãs à "quebrarem" os policiais.
Como eu saí antes do ocorrido, eu prefiro não botar a culpa na organização do evento, nem nos litros de álcool e psicotrópicos consumidos, muito menos aos Racionais MC's.
Se existe alguma coisa que tem crédito na mídia, é a declaração do Senador Suplicy:
- Já assisti a dois shows do Racionais na Favela da Godoy (Capão Redondo, Zona Sul). Não tinha polícia, não teve confusão".
O senador contou que seis policiais subiram ao palco e pediram que o vocalista do Racionais, Mano Brown, terminasse o show. Brown pedia para que o público se acalmasse. "O Mano Brown pediu para o público não se envolver na confusão. Que uma minoria não tinha o direito de acabar com o show. Pedia paz e calma".

Na minha miserável opinião, ainda estou procurando o "pão". Pois o circo foi garantido ao povão. A virada cultural mesmo sendo uma iniciativa muito boa, não deveria ser organizada nos moldes parisienses. A organização ainda deixa muito a desejar e as 24hs são muito curtas para conseguir definir uma agenda cultural. O público precisa escolher uma das centenas de opções, e por este motivo, não acredito que o evento promova a cultura, ao meu ver é um simples Carnaval fora de época, o que denomino "CALA BOCA" para o povão.

E quando me perguntam: - Porra, mesmo sendo de graça vocês criticam?"

Respondo: De graça uma vírgula!!!! Quero ver o quanto foi gasto pela secretaria de cultura, e quero ver quem me prove que os R$4 mi representam algo perto da arrecadação da cidade, ou ainda se R$4 mi foram suficientes para o atual prefeito (e seus aceclas dos transportes coletivo), aceitarem as condições da prefeita Marta a alguns anos atrás. Mas isso é outra história, hehehe.

Só não admito a tal mídia hipócrita falando merda sobre os Racionais MC's, por mero preconceito e falta de discernimento. Pois se eles conseguissem enxergar a real mensagem que o incidente deixou, estes já teriam se mudado para a Europa.

Mas deixo aqui alguns links, e como Mano Brown diria: - Tire você a conclusão!

Youtube PM x POVO
Racionais Mcs na Virada Cultural Mil Tretas 1
VIRADA CULTURAL 2007- Erro Militar Policial
Politicos aprovam maioridade penal e riem do rap - BLOG DO FERREZ
Post da Soninha

terça-feira, maio 01, 2007

Só um peidinho...

Pessoal, uma dica de utilidade publica, não entre na piscina após feijoadas, churrascos, dobradinhas ou afins. Eu avisei!

quinta-feira, abril 26, 2007

Inside Tarantino's Mind



Algumas coisas eu já tinha ouvido falar ou já tinha observado . Outras dessas teorias estão expostas por aí pela Net.
Selton Mello e Seu Jorge, dirigidos pela 300ml, num filme produzido pela Republika Filmes.


Os comentários ficam por conta de vocês!

quarta-feira, abril 25, 2007

Matilde Ribeiro

Às vésperas de mais uma Zeca-Feira, acordo empolgado com o meu primeiro compromisso do dia, assistir à uma palestra da Ministra Matilde Ribeiro sobre o apoio à diversidade. A empresa onde trabalho é uma transnacional que num determinado momento pensou na integração de pessoas com algum tipo de deficiência, diferenças étnicas, diferentes orientações sexuais, etc. Por sua vez, o SEPPIR (Secretária Especial de Políticas Promoção da Igualdade Racial) foi procurado pela empresa para discutir sobre o assunto.
Embora as políticas de RH possuam uma intenção muito coesa ao pensar no "social" objetivando promover uma política contra o preconceito, racismo ou qualquer forma de discriminação nas dependências da empresa, isso ainda é muito pouco quando tratamos da questão racial.
A própria palestra trouxe à tona algumas coisas delicadas. Uma delas pode ser notada pela proporção de funcionários afro-descendentes , inferior à 1% . Ao analisarmos o motivo, inicialmente podemos compreender que os postos de trabalho nesta empresa exigem um currículo onde o candidato deve ter fluência no idioma norte-americano e nível superior. Só este fator, por si só, é um divisor de águas muito grande.
A Ministra falou um pouco sobre sua tragetória de vida e suas militâncias e, sobre o SEPPIR, nos mostrou e provou a necessidade da secretaria, dissertou sobre as minorias étnicas brasileiras - outra vergonha nacional, falou sobre o PROUNI, sobre as quotas para afro-descendentes nas faculdades públicas e também sobre as Ações Afirmativas do governo federal em diversas áreas procurando promover a igualdade racial. A Ministra, sem dúvida me conquistou com seu olhar verdadeiro, determinado e instigante. Não vi ali uma figura política rotineira, vi um ser humano comprometido com sua militância.
Finalmente ela abriu espaço para as perguntas do público, e foi aí que notei os maiores problemas.
Não me senti no direito de fazer a primeira pergunta, afinal poderia causar algum impacto, pois defendo a causa mesmo sendo branquelo (hehehe).
Os funcionários que participaram da palestra demonstraram certa insegurança e desconhecimento das questões raciais - mesmo aqueles que são vitimados.
Uma questão muito interessante que levei de lição de casa foi sobre o "orgulho" e auto-estima do negro. A pergunta se traduzia em: - A política de quotas não nos coloca numa situação vexatória e humilhante?
Aqui eu fecho com a Ministra, a resposta é N Ã O!!!
(Um dia li uma entrevista onde a Ministra dizia: - Antes uma população branca ressentida com as quotas do que a ausência de negros nas faculdades.)
Também não acretido ser nenhuma humilhação. Basta entender quais os caminhos que alguém oriundo do ensino público, pobre e negro, deve percorrer para chegar a conseguir pagar uma inscrição para o vestibular. Vestibular, o qual por si só já é um vexame exclusório.
Tanto a política de quotas como o Prouni, se mostraram necessários na equalização do abismo sócio-econômico que temos por conta da má distribuição de renda e de oportunidades - e claro dos serviços públicos oferecidos a grande maioria. Como foi frisado pela própria Ministra, sonho também com uma realidade brasileira onde não haja necessidade de quotas, de isenção de impostos como permuta para concessão de bolsas em escolas particulares, etc.
Dizer que não existe racismo no Brasil é tão demagógico tanto dizer que o governo cumpre seu papel e faz valer a constituição. Volto à afirmar que a minha pele branca sofreu menos resistência para que eu pudesse conquistar uma condição financeira que me suportasse economicamente a cursar uma faculdade particular (sendo que estudei toda minha vida, inclusive cursinho pré-vestibular em instituições públicas).
Compreendo que os critérios de pontuação dos quotistas não deveriam ser única e exclusivamente racial. Porém, pelo que se pode ver (ao contrário do que os reacionários mal informados pregam), é que as faculdades que adotaram quotas, consideram também a origem do condidato, ou seja, se vem de escola pública ou particular. A avaliação sócio-economica é algo a se estudar.
Embora, eu creia que isso deva acontecer num segundo momento. Pois a própria realidade brasileira não nos deixa nenhuma dúvida sobre a relação racial-econômica da maioria absoluta dos afrodescendentes e índigenas (ponto!)
A valorização do negro, como proposta pela SEPPIR, não é fomentar o conflito racial e sim promover a auto-estima de um povo massacrado e reparar as questões históricas que mantém os negros ainda na senzala da nossa sociedade. Lembrando que a migração desses povos não foi facultativa como dos imigrantes europeus e asiáticos estabelecidos aqui.
Eis o momento de o mercado e a sociedade compreender o nicho consumista dessa parcela majoritária da sociedade. Tal como a contribuição dos mesmos aos cofres públicos. Que mesmo desarticulada, excluída e reprimida, possui expressão nas "decisões democráticas" e que - principalmente - se propõe a buscar alternativas nos âmbitos legais. Embora muitos demagogos enxerguem como um pedido de esmola, a realidade é que o Brasil - conforme o próprio Presidente da República diz - precisa indenizar esse povo.
Fecho este texto afirmando com todas as letras que essa parcela majoritária da população não aguenta mais ver seus filhos lotando o sistema prisional, enquanto as faculdades parecem uma escola "Finlandesa". E desafio quem me provar que a condição dos afrodescendentes no Brasil é genética.
Tanto o hip-hop e o SEPPIR e as milhares de ONGs espalhadas pelo Brasil, procuram o caminho da LEI e do diálogo, um caminho mais complexo, árduo e digno. Pois nunca se esqueça que essa massa, na sua atual condição, tem soldados, armas e muita disposição para o bem ou para o mal.
A SEPPIR ao meu ver chegou atrasada, mas é capaz de evitar problemas futuros e melhorar esse país.
Muito embora, eu continue achando um esculacho termos que exercer nosso respeito em forma de cumprimento cívico, seja com o ECA, com o estatuto dos idosos, ou ter de criar uma Secretaria que trate da promoção da integração racial. Onde o respeito ao próximo e as diferenças necessitem de suporte legal. Mas fazer o quê? Pra tudo precisamos de novas leis, de novas intituições. Nem vou questionar a falência das instituições arcaicas e parasitas.
No meu fone de ouvido ganho um presente do modo randômico, SAY IT LOUD, I'M NIGGER AND I'M PROUD!!!!!