sexta-feira, julho 27, 2007

O Real Estado da produção de conteúdo no Brasil | Meio Bit

O Real Estado da produção de conteúdo no Brasil | Meio Bit

O pequeno grande Muras me mandou o link acima e não aguentei, tive que comentar o texto, segue aqui o meu comentário:

Eis a era da (des)informação. Aos excluídos a ignorância, aos privilegiados o excesso de informação que garante a alienação. Sem dúvida que a nossa educação fomenta isso e tende para o pior.

Falar em produção de conteúdo leva a pensar em duas coisas, arte e jornalismo.


A primeira, a arte, entendo que reflete para a história o momento que vivemos. Cada um por si e todos atrás das verdinhas. Logo, o que se vê de produção musical, literária e etc, nos leva a entender que ninguém quer consumir informação e cultura, o negócio é o entretainment, a fuga do inconsciente coletivo pra continuar vivo nesse mundo louco que nos faz ser a cada dia mais sem noção. Pensar e questionar dá trabalho!
Quem dirá consumir informação de qualidade. Não é à toa que os títulos mais procurados nas livrarias são os livros de auto-ajuda.

Se tentarmos catalogar, por exemplo, as produções musicais a partir da década de 80, veremos como anda a nossa "qualidade". Logo, quem se compromete com essas coisas está fadado ao underground ou alternativo e tome rótulos.

Ou seja, se o que vende é Bonde do Tigrão e Ivete Sangalo, não espere que o Wikipedia seja mais visitado que o site da Paris Hilton.

O outro lance que me passou na cabeça ao ler o texto, foi sobre a produção de conteúdo jornalístico. Este sim sinaliza a nossa total falência. Um exemplo clássico é aquela revista semanal que tem mais figurinhas do que texto no seu conteúdo e quando você começa a ler a matéria, além de estar recheada de adjetivos e opiniões próprias, ela acaba sem mais nem menos. E isso não é à toa, o editor entendeu que matérias extensas cansam e são ignoradas pelos leitores. O que o brasileiro gosta mesmo é de enlatado, alguém em quem ele possa confiar como fonte de informação.

Se já vínhamos validando tudo que a mídia viciada noticia como verdade sem senso crítico para avaliar os fatos e chegar a uma opinião própria sobre o assunto reportado, agora com a "grande rede" temos mais um problemão. Ou seja, um universo infinito de conteúdo, com interatividade e liberdade para publicação, onde vejo muita gente acreditando piamente nos blogs (narrativa em primeira pessoa que expressa a opinião pessoal de quem a publica), onde se o fulano botou no blog é verdade... Sem contar que na Internet a inibição é aniquilada pela possibilidade de assumir a personalidade que se desejar virtualmente. Outra noção errada sobre responsabilidade no mundo digital, onde os internautas não se julgam tão responsáveis pelo que publicam. (Vai pensando que você é anônimo na internet!!)

Voltando ao ponto inicial sobre os moldes da sociedade capitalista ocidental, relacionando com a educação de massa oferecida pelo Estado Brasileiro, temos como reflexo os fóruns de discussão, blogs e Orkut que nos deixam pasmos com a própria ortografia e gramática empregadas nos textos. Nem vou comentar sobre o dialeto MSNnês, um verdadeiro crime contra o próprio idioma.

Soluções?! Educação, em casa e na escola! Mas um conselho primordial é que os pais acompanhem mais de perto o que os filhos andam acessando na Internet, já que para a minha geração, os pais não faziam idéia do que é a tal internet.

Um comentário:

Anônimo disse...

O blog é interessante pra formar discussões, senso crítico, pra expor opiniões, o contrário do orkut que pra muitas pessoas é só pra xeretar mesmo, pra saber da vida de outra pessoa. Nas comunidades do orkut é dificil encontrar um assunto interessante a ser discutido, são somente perda de tempo, assuntos banais, piadinhas infames. Coitada dessa nova geração, jovens fúteis, que se não tiverem o hábito de ler, vão ser cada vez mais alienados da realidade e vão ser brinquedos na mão dos "poderosos". Isso sem falar do nosso lindo português, imagina se vem a ser a linguagem de internet?