sábado, abril 18, 2009

Quem quer ser milionário?

Acabo de utilizar os recursos de copyleft para ver o ultimo filme estrangeiro premiado na merda da festa estadunidense de cinema. Cago e ando para o Oscar, mas sempre paro pra ver os filmes "estrangeiros" premiados. Slumdog Millionaire, filme indiano, show de enredo e fotografia.

Se escrevo aqui sobre ele é por que o filme me traz alguns sentimentos de revolta. O primeiro é a revolta contra a merda da realidade comparada. Se lá a ascensão social entre castas é muito mais limitada do que aqui, o que me incomoda no meu país é que todo mundo sabe os caminhos para um pobre coitado brasileiro sair da miséria e "merecer" um relativo respeito.
São eles, a música, o futebol e a loteria. Eu sonho num dia dizer que os caminhos são, artes, esportes, estudo e trabalho. Afinal sonhar com algo melhor que isso é pra lá de utópico.

Com estudo e dedicação já consegui entrar na linha miserável dos contribuintes do Imposto de Renda, ser milionário nunca passou pela minha cabeça, aliás, me dá até medo esse negócio.

Se o estudo e ralação foi minha trilha, penso e comparo a realidade com nossos amigos Indianos e concluo que a potencia do mundo da tecnologia da educação se deu com quase duas décadas de investimentos na educação, ignorando todas as outras necessidades básicas humanas (de acordo com as exigências da ONU).

As favelas lá são muito maiores e sujas do que as daqui, a comparação da extensão territorial também é válida, mas quando o papo é índice demográfico, ficamos pra trás vendo poeira.

Fiquei eu depois do filme a pensar, lá também deve morrer jovem pra caramba, e deve ter crime, droga, acerto de contas, impunidade, corrupção e, claro, muita injustiça. Nem penso em comparar os índices de homicídios que assombram os jovens com menos de 25 anos. Por aqui é um absurdo o número de jovens comendo capim por baixo ou apodrecendo numa cadeia.

Na minha mente estúpida e revoltada cheguei a relacionar que a manutenção da nossa miséria, onde pobre mata pobre e rico mata pobre, é que garante o controle populacional, afinal se não morresse tantos jovens no Brasil, talvez a nossa população se equiparasse com a da Índia, e os custos sociais do governo causariam um déficit fodido nas contas públicas e, claro, limitaria os desvios de verbas.

Olhando para os anseios dos irmãos cinzas da Índia, não tenho dúvidas, temos os mesmos sonhos e provavelmente os mesmos problemas. Porém na indústria da Informática somos concorrentes e custamos pouco para os "Senhores de Engenho Digital". E a tal crise mundial nos torna inimigos mortais nos mega business das transnacionais de TI, enquanto os limitados profissionais estadunidenses mínguam na miséria do desemprego de suas ostentações bancadas por genocídios mundo afora.

Não há dúvida nenhuma, em diferentes escalas e contextos continuamos colonizados e escravizados, vendendo as drogas digitais ou psicotrópicas, na surrealidade de desejos humanos que colidem com as trademarks dos senhores da casa grande financiada por papéis de mentira.

E quem lucra, no apogeu ou crise, é sempre alguém que tem "olho azul" !!!

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