segunda-feira, abril 23, 2007

Ficção?!

Ao se defender ou não a legalidade de um cidadão comum a ter o direito de possuir armas, não defendemos as carnificinas. Legal ou ilegal, com fácil acesso ou não, quem se propõe a fazer merda faz e ponto final. Seja com a faca de plástico que vem no rocambole ou com um pedaço de pau (A Suzane que o diga!). Ou melhor ainda, com canetas douradas.

O que me emputece é que quando acontecem casos extremos de bestialidade sangrenta, como o do estudante Sul-Coreano, ou do João Hélio, sempre tem alguém, no calor da raiva querendo defender posições e mudanças legislativas sem o devido critério com causas, efeitos, consequências, etc.
Como se nossa exemplar cidadania, expressa, inclusive, nas mais confiáveis instituições públicas (justiça?!), fosse se tornar prática comum depois de promulgar mais uma das milhares de leis que não servem apenas pra engordar os bolsos do legislativo.

Defender a extinção de armas não me parece nada razoável. Menos razoavel ainda a idéia dos estadunidenses de que se o cidadão tem direito de se defender com armas de fogo. Razoável seria não educarmos as nossas crianças com medo e repressão, não esse papo de reduzir a maioridade penal. Sensato seria repensar nossos valores corroídos pelo rotina miserável de nossas vidas vazias.

Intolerável é ver seres humanos serem mortos para mantermos a nossa vidinha consumista. Infeliz é lembrar que nossa educação que prega o lucro e a ostentação acima de tudo, não soube dar um bom preço para a vida humana, para o relacionamento entre pessoas, pela honra, pela caridade.

Vendo a história se repetir com frequência, não fico mais tão chocado. Faço um paralelo sobre o cinema nacional. As vezes tenho a sensação de que os presos do carandiru, que as crianças da CDD, que os jovens do Cama de Gato, que Tiros em Columbine, é apenas uma ficção, que de alguma forma se materializa na vida comum. Que loucos que pensam que a vida é um filme, tentam projetar seu ódio pela própria existência covarde, destruindo o próximo, sem piedade alguma.

As desgraças desses mundo parecem imitações da arte na vida real. Quando, a intoleravel verdade é que nada disso é arte. É apenas denúncias e retratos que, de tão reais, repugnantes e repetitivos, acabamos por nos acostumar com o noticiário fictício e sensacionalista, com as contas nos final do mês, com os aumentos de impostos, com a degradação de nossos valores.

Seja nas periferias brasileiras, ou nas escolas de marionetes estadunidenses, ou ainda, no oriente médio com um fuzil na mão. Crianças, jovens, homens, mulheres viram monstros homicidas. Por que mesmo? Por que vendem armas? Por que menores de idade são protegidos pelo ECA? Ou, ainda, pelo fato de ter cinco reais a mais no bolso, você é melhor ou pior que alguém? Ou será que são nossos peidos que nos condenam ao aquecimento global e a extinção da nossa própria espécie?

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