quinta-feira, abril 26, 2007

Inside Tarantino's Mind



Algumas coisas eu já tinha ouvido falar ou já tinha observado . Outras dessas teorias estão expostas por aí pela Net.
Selton Mello e Seu Jorge, dirigidos pela 300ml, num filme produzido pela Republika Filmes.


Os comentários ficam por conta de vocês!

quarta-feira, abril 25, 2007

Matilde Ribeiro

Às vésperas de mais uma Zeca-Feira, acordo empolgado com o meu primeiro compromisso do dia, assistir à uma palestra da Ministra Matilde Ribeiro sobre o apoio à diversidade. A empresa onde trabalho é uma transnacional que num determinado momento pensou na integração de pessoas com algum tipo de deficiência, diferenças étnicas, diferentes orientações sexuais, etc. Por sua vez, o SEPPIR (Secretária Especial de Políticas Promoção da Igualdade Racial) foi procurado pela empresa para discutir sobre o assunto.
Embora as políticas de RH possuam uma intenção muito coesa ao pensar no "social" objetivando promover uma política contra o preconceito, racismo ou qualquer forma de discriminação nas dependências da empresa, isso ainda é muito pouco quando tratamos da questão racial.
A própria palestra trouxe à tona algumas coisas delicadas. Uma delas pode ser notada pela proporção de funcionários afro-descendentes , inferior à 1% . Ao analisarmos o motivo, inicialmente podemos compreender que os postos de trabalho nesta empresa exigem um currículo onde o candidato deve ter fluência no idioma norte-americano e nível superior. Só este fator, por si só, é um divisor de águas muito grande.
A Ministra falou um pouco sobre sua tragetória de vida e suas militâncias e, sobre o SEPPIR, nos mostrou e provou a necessidade da secretaria, dissertou sobre as minorias étnicas brasileiras - outra vergonha nacional, falou sobre o PROUNI, sobre as quotas para afro-descendentes nas faculdades públicas e também sobre as Ações Afirmativas do governo federal em diversas áreas procurando promover a igualdade racial. A Ministra, sem dúvida me conquistou com seu olhar verdadeiro, determinado e instigante. Não vi ali uma figura política rotineira, vi um ser humano comprometido com sua militância.
Finalmente ela abriu espaço para as perguntas do público, e foi aí que notei os maiores problemas.
Não me senti no direito de fazer a primeira pergunta, afinal poderia causar algum impacto, pois defendo a causa mesmo sendo branquelo (hehehe).
Os funcionários que participaram da palestra demonstraram certa insegurança e desconhecimento das questões raciais - mesmo aqueles que são vitimados.
Uma questão muito interessante que levei de lição de casa foi sobre o "orgulho" e auto-estima do negro. A pergunta se traduzia em: - A política de quotas não nos coloca numa situação vexatória e humilhante?
Aqui eu fecho com a Ministra, a resposta é N Ã O!!!
(Um dia li uma entrevista onde a Ministra dizia: - Antes uma população branca ressentida com as quotas do que a ausência de negros nas faculdades.)
Também não acretido ser nenhuma humilhação. Basta entender quais os caminhos que alguém oriundo do ensino público, pobre e negro, deve percorrer para chegar a conseguir pagar uma inscrição para o vestibular. Vestibular, o qual por si só já é um vexame exclusório.
Tanto a política de quotas como o Prouni, se mostraram necessários na equalização do abismo sócio-econômico que temos por conta da má distribuição de renda e de oportunidades - e claro dos serviços públicos oferecidos a grande maioria. Como foi frisado pela própria Ministra, sonho também com uma realidade brasileira onde não haja necessidade de quotas, de isenção de impostos como permuta para concessão de bolsas em escolas particulares, etc.
Dizer que não existe racismo no Brasil é tão demagógico tanto dizer que o governo cumpre seu papel e faz valer a constituição. Volto à afirmar que a minha pele branca sofreu menos resistência para que eu pudesse conquistar uma condição financeira que me suportasse economicamente a cursar uma faculdade particular (sendo que estudei toda minha vida, inclusive cursinho pré-vestibular em instituições públicas).
Compreendo que os critérios de pontuação dos quotistas não deveriam ser única e exclusivamente racial. Porém, pelo que se pode ver (ao contrário do que os reacionários mal informados pregam), é que as faculdades que adotaram quotas, consideram também a origem do condidato, ou seja, se vem de escola pública ou particular. A avaliação sócio-economica é algo a se estudar.
Embora, eu creia que isso deva acontecer num segundo momento. Pois a própria realidade brasileira não nos deixa nenhuma dúvida sobre a relação racial-econômica da maioria absoluta dos afrodescendentes e índigenas (ponto!)
A valorização do negro, como proposta pela SEPPIR, não é fomentar o conflito racial e sim promover a auto-estima de um povo massacrado e reparar as questões históricas que mantém os negros ainda na senzala da nossa sociedade. Lembrando que a migração desses povos não foi facultativa como dos imigrantes europeus e asiáticos estabelecidos aqui.
Eis o momento de o mercado e a sociedade compreender o nicho consumista dessa parcela majoritária da sociedade. Tal como a contribuição dos mesmos aos cofres públicos. Que mesmo desarticulada, excluída e reprimida, possui expressão nas "decisões democráticas" e que - principalmente - se propõe a buscar alternativas nos âmbitos legais. Embora muitos demagogos enxerguem como um pedido de esmola, a realidade é que o Brasil - conforme o próprio Presidente da República diz - precisa indenizar esse povo.
Fecho este texto afirmando com todas as letras que essa parcela majoritária da população não aguenta mais ver seus filhos lotando o sistema prisional, enquanto as faculdades parecem uma escola "Finlandesa". E desafio quem me provar que a condição dos afrodescendentes no Brasil é genética.
Tanto o hip-hop e o SEPPIR e as milhares de ONGs espalhadas pelo Brasil, procuram o caminho da LEI e do diálogo, um caminho mais complexo, árduo e digno. Pois nunca se esqueça que essa massa, na sua atual condição, tem soldados, armas e muita disposição para o bem ou para o mal.
A SEPPIR ao meu ver chegou atrasada, mas é capaz de evitar problemas futuros e melhorar esse país.
Muito embora, eu continue achando um esculacho termos que exercer nosso respeito em forma de cumprimento cívico, seja com o ECA, com o estatuto dos idosos, ou ter de criar uma Secretaria que trate da promoção da integração racial. Onde o respeito ao próximo e as diferenças necessitem de suporte legal. Mas fazer o quê? Pra tudo precisamos de novas leis, de novas intituições. Nem vou questionar a falência das instituições arcaicas e parasitas.
No meu fone de ouvido ganho um presente do modo randômico, SAY IT LOUD, I'M NIGGER AND I'M PROUD!!!!!

Dinheiro, o símbolo do mal!

O Irã emitiu uma nota de 50 mil "riais" (equivalentes a aproximadamente 12 reais) que leva o símbolo nuclear em uma atitude que está sendo considerada um gesto de afirmação da política iraniana de defender o programa nuclear do país, apesar da oposição internacional.
No mundo globalizado eu pergunto:
- Qual a marca da impressora utilizada?
- Qual a origem do papel?
- Falta quanto tempo pro fim do mundo mesmo?

segunda-feira, abril 23, 2007

Ficção?!

Ao se defender ou não a legalidade de um cidadão comum a ter o direito de possuir armas, não defendemos as carnificinas. Legal ou ilegal, com fácil acesso ou não, quem se propõe a fazer merda faz e ponto final. Seja com a faca de plástico que vem no rocambole ou com um pedaço de pau (A Suzane que o diga!). Ou melhor ainda, com canetas douradas.

O que me emputece é que quando acontecem casos extremos de bestialidade sangrenta, como o do estudante Sul-Coreano, ou do João Hélio, sempre tem alguém, no calor da raiva querendo defender posições e mudanças legislativas sem o devido critério com causas, efeitos, consequências, etc.
Como se nossa exemplar cidadania, expressa, inclusive, nas mais confiáveis instituições públicas (justiça?!), fosse se tornar prática comum depois de promulgar mais uma das milhares de leis que não servem apenas pra engordar os bolsos do legislativo.

Defender a extinção de armas não me parece nada razoável. Menos razoavel ainda a idéia dos estadunidenses de que se o cidadão tem direito de se defender com armas de fogo. Razoável seria não educarmos as nossas crianças com medo e repressão, não esse papo de reduzir a maioridade penal. Sensato seria repensar nossos valores corroídos pelo rotina miserável de nossas vidas vazias.

Intolerável é ver seres humanos serem mortos para mantermos a nossa vidinha consumista. Infeliz é lembrar que nossa educação que prega o lucro e a ostentação acima de tudo, não soube dar um bom preço para a vida humana, para o relacionamento entre pessoas, pela honra, pela caridade.

Vendo a história se repetir com frequência, não fico mais tão chocado. Faço um paralelo sobre o cinema nacional. As vezes tenho a sensação de que os presos do carandiru, que as crianças da CDD, que os jovens do Cama de Gato, que Tiros em Columbine, é apenas uma ficção, que de alguma forma se materializa na vida comum. Que loucos que pensam que a vida é um filme, tentam projetar seu ódio pela própria existência covarde, destruindo o próximo, sem piedade alguma.

As desgraças desses mundo parecem imitações da arte na vida real. Quando, a intoleravel verdade é que nada disso é arte. É apenas denúncias e retratos que, de tão reais, repugnantes e repetitivos, acabamos por nos acostumar com o noticiário fictício e sensacionalista, com as contas nos final do mês, com os aumentos de impostos, com a degradação de nossos valores.

Seja nas periferias brasileiras, ou nas escolas de marionetes estadunidenses, ou ainda, no oriente médio com um fuzil na mão. Crianças, jovens, homens, mulheres viram monstros homicidas. Por que mesmo? Por que vendem armas? Por que menores de idade são protegidos pelo ECA? Ou, ainda, pelo fato de ter cinco reais a mais no bolso, você é melhor ou pior que alguém? Ou será que são nossos peidos que nos condenam ao aquecimento global e a extinção da nossa própria espécie?

quarta-feira, abril 11, 2007

Periferia de São Paulo ganha guia de programação cultural

Iniciativa da Ação Educativa, guia será impresso e distribuído gratuitamente a organizações voltadas à cultura e atuantes na periferia paulistana com o propósito de informar sobre os eventos e desmistificar a idéia de que não há atividades culturais nas áreas periféricas da cidade. Será lançado, no final de abril, a Agenda Cultura da Periferia. Trata-se de um guia que reúne informações sobre eventos artísticos, realizados e organizados na Periferia da Cidade de São Paulo e nos demais 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. A iniciativa é da ONG Ação Educativa.

Com periodicidade mensal, a Agenda Cultural da Periferia cobrirá hip hop,
rodas de samba de comunidade, literatura periférica, grafite e vídeo. A agenda terá uma seção permanente com eventos de artistas periféricos que acontecem nas Regiões Centrais. Teatro e Música também serão contemplados.

A Cena Periférica já revelou iniciativas de destaque como o Sarau da
Cooperifa que acontece na Zona Sul e também o Samba da Vela. Eventos que ganharam projeção e interesse da Mídia e que atraem toda semana cerca de 200 pessoas em cada um deles. Muitas outras ações existem na Periferia. Somente o Edital do VAI - Valorização de Iniciativas Culturais, projeto da Prefeitura de São Paulo, aprovou mais de 100 projetos, quase todos na Periferia. Os Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura, com mais de 40 iniciativas na Grande São Paulo, são outro exemplo da produção cultural Periférica.

Reconhecendo essas e outras evidências da pujante vida cultural da
Periferia, a Ação Educativa resolveu criar a Agenda Cultural. “Entendemos que é preciso mostrar que o mapa cultural da cidade é muito maior do que
sugerem os guias que circula na grande “imprensa”, afirma Eleilson Leite,
coordenador do projeto. “Ao mapear os eventos poderemos dimensionar e
caracterizar a chamada Cultura de Periferia, identificando a forma
particular de fazer cultura nas franjas dos Centros Urbanos”, acrescenta
Eleilson.

A Ação Educativa vem atuando há mais de cinco anos com movimentos culturais que se identificam com a denominação Cultura de Periferia. A ONG mantém em sua sede o Espaço de Cultura e Mobilização Social que tem núcleos de hip hop, literatura periférica, grafite e rodas de samba, além do Centro de Mídia Juvenil que cobre a área de audiovisual. É com base nesses núcleos que a informação chegará e por meio deles a própria publicação circulará.

A Agenda Cultura da Periferia terá uma versão eletrônica no site da Ação
Educativa e será atualizada semanalmente. As edições mensais terão tiragem de 10 mil exemplares que serão distribuídos 90% na própria Periferia por meios dos artistas e grupos que se articulam a partir dos núcleos existentes no Espaço de Cultura da Ação Educativa. Ou seja, o público-alvo é a própria Periferia. "A idéia é que o agente cultural da periferia enxergue-se, conheça-se, faça intercâmbio e alianças que ampliem o alcance de suas iniciativas", conclui Eleilson Leite

Ação Educativa
Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque - SP
Mais informações: Adriana Barbosa e Adriano José
Telefone: (11) 3151-2333 ramal 142/ 166
Email: Adriana.Barbosa@acaoeducativa.org e Adriano@acaoeducativa.org
Apoio: Fundação Itaú Social

Fonte: http://cartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=13832

Noticias do dia

Enquanto o representante máximo de Deus no Planeta Terra, questiona teoria da evolução de Charles Darwin, o diabo conjectura fazer ‘guetos’ no Iraque. Se Deus é brasileiro não sei, mas que os parlamentares são seus preteridos, ah, isso sim. Afinal os vereadores poderão gastar mais de R$ 10 mil como quiserem. E eu, dois cartoes de crédito estourado, conta no vermelho, prestação de mil coisas pra pagar, nem sei quanto representa essa tal quantia aí.
Já o encantador de multidões, o eterno 11, dá mais uma das suas, e nega acusação de promotor do EUA. Imaginem, ainda tem gente que pensa que o Maluf é ladrão.

Em todo o Brasil, manifestações programadas dos "Sem Teto". As forças táticas e operacionais de repressão, mais conhecidas como Tropa de Choque, ou ainda,"Lindinhos do Carandiru", seguram as pontas desse povão que não tem nem onde morar. E dá-lhe mais paulada no pobre. Um pouco distante daqui, onde a outra força de repressão da nossa linda sociedade atua fortemente, Guterres e Horta vão disputar segundo turno para presidente do Timor Leste. O exercito brasileiro é bem cotado por lá, afinal de miséria eles entendem, nasceram em uma.

Porém, as vergonhas são maiores quando nos orgulhamos de coisas tão simples. Catadores de papel devolvem dinheiro em Ribeirão Preto. Não era essa a cidade daquele Ministro?!

E pra fechar a minha relação de notícias do dia, saúdo o Profeta Gentileza que além das minhas, ganha série de homenagens para comemorar seus 90 anos.

terça-feira, abril 03, 2007

Ignorância é uma benção

João Claudio não acreditou quando viu à sua frente o tal do controlador aéreo fazendo piquete. Olhou em volta e não viu nenhum homem desalmado com cacetete e bomba de gás, mas do seu lado direito estavam os repórteres, carregados até o pescoço de sua arma letal, o sensacionalismo.
Do lado esquerdo tinha um homem de terno, arrogância no olhar, mala suspeita, segurança à tira colo. Sem dúvida alguma, era alguém do governo.
Olhou pra trás como se fosse sua ultima alternativa antes de morrer. E encontrou bem na sua nuca um tal de Descaso, e o Descaso vinha junto com a incerteza de embarcar.
O desespero tomou conta de João Claudio.
Ele tinha por lei, e sabia disso, o direito de ir e vir. Mas as coisas não são bem assim.
Ele queria ir para casa, ele queria um banho, uma comida quente, um beijo de sua esposa.
Mas tudo que ele tinha era um painel. Um maldito painel. A personificação da desgraça com seus alarmes falsos. A cada 10 minutos se emocionava com a tal da esperança de embarcar, mas a frustração lhe tirava a fome.
Calor, angustia, raiva, medo, ódio.
A bateria do celular acabou, seus cigarros também. A paciência permanece, firme, inabalada.
João vê um menino fuçando no lixo. Primeira impressão, medo, depois repulsa, ele é apenas mais um trombadinha, mais um efeito colateral da politica publica de sempre. No auge de sua desgraça pessoal ele se desarma e olha novamente. Olhos marejados, coração emputecido, e uma idéia lhe ocorreu.
Deu sua passagem ao menino. Agora o privilegiado era o menor, poderia conhecer o Rio de Janeiro. Ele não, voltou a ser humano, saiu da fila, já sentia fome. Não tinha mais medo do futuro.
Em troca, ganhou umas batatas fritas do McDonalds, que o próprio menor lhe ofertou, eram do lixo, estavam frias, mas mataram sua fome. E se um dia alguém perguntar se ele concorda com a privatização do controle aéreo brasileiro, talvez ele diga sim. Mas ainda falta muito para que ele tenha coragem para vender balas no semáfaro, nem cogito como será a noite dele nos arredores de congonhas. Mas em algum momento ele vai descobrir qual a cor do Insulfilm pelo lado de fora.