sexta-feira, julho 07, 2006

Ironias

O país do "futebol, mulher bonita e carnaval" é também o país do humor e de poucas verdades. Sarcástico e irônico. Sua história quando contada é fantasiosa e equivocada, seu passado é sempre esquecido e vergonhoso, o seu presente é vulnerável e seu futuro duvidoso.

Sua justiça condena o aborto e absolve genocidas ;

Suas leis liberam patentes da nossa rica biodiversidade para os países ricos, em contra partida, o consumo, porte e plantação de erva é proibido.
Sua grandiosa participação no cenário agrícola mundial não consegue evitar que seus filhos continuem morrendo de fome.

Seu povo diz-se orgulhoso da miscigenação e nem pensam sobre sua própria identidade, depois de 500 anos os índios remanescentes continuam sendo tratados como animais.

Seu acervo cultural é imenso e inacessível. Seus verdadeiros artistas são anônimos. Os artistas famosos não conhecem nada sobre arte. Seu povo consome apenas refugo interno e lixo importado.

Sua extensão territorial é politicamente improdutiva, mas quem planta não tem direito a terra.

Sua maioria pobre e massacrada é tolerante, sua minoria rica é mesquinha e tem imunidade para garantir sua manutenção na escala social.

Seu presidente, um ex-operário parece governar para os eternos patrões. Não aprendeu a mandar ainda, só obedece.

Seu povo manifesta o patriotismo a cada quatro anos, durante um mês apenas. Depois disso, inicia-se a campanha eleitoral para presidência da republica, governo estadual e senado.

Sua maior alegria e orgulho é o desfile anual no curral chamado sambódromo, para o deleite de seus algozes nos caríssimos camarotes.

Sua atual corrente propagandista da maquina do governo federal faz lavagem cerebral com os dizeres: "Sou brasileiro e não desisto nunca!". Mas as escolas públicas não ensinam o significado das palavras "orgulho" e "nunca".

Brasil... Mostre tua cara, quero ver quem "recebe"... Pois não aguentamos mais pagar e sustentar tanta hipocrisia. Enquanto isso continuaremos a nos divertir, podemos não ter comida, educação, saúde, teto, terra, às vezes nem dignidade... Mas sem senso de humor jamais sobreviveríamos.

Salve o Bussunda
!



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