sexta-feira, julho 07, 2006

SABOTAGE - 04/11/2003 (Coluna Epidemia Urbana)

Morre outra Flor do lixão!
Não quero copiar ninguem, mas os Racionais escreveram uma coisa interessante: "Até no lixão nasce flôr!"

Sempre tentei (e ainda tento) encontrar algumas respostas que a humanidade procura a milhões de anos, já caminhei bastante e encontrei apenas duas:

1. A morte é uma certeza.

2. Não existe muita lógica para as coisas.

É claro, tenho minhas crenças que me respondem isso, mas é a minha fé que garante sua veracidade.

O memorável Mauro Mateus dos Santos (Sabotage), 29 anos, deixa os palcos, o cinema e a vida. Esse cara é apenas mais uma "flôr que nasceu no lixão", como tantos outros, não resitiu aos males do próprio lixão. Na rotina da periferia a desgraça já é cotidiano, na rotina do marginalizado, a única diferença entre a vida e a morte é um número (estatísticamente falando!) um a mais, um a menos.
Mas eis que somos humanos e percebemos que sequelas são inevitáveis, e então nos lembramos de três seres humanos que ainda não podem entender tudo isso: Anderson, de 10 anos, Tamires, de 7, e Larissa, de 5.

É isso aí, restaram sementes, graças à Deus.
Ontem mesmo estive pensando sobre o ônibus que um maluco sequestrou no Jabaquara. A estrela por um dia, alvo do Datena, em breve será esquecido, mas os problemas da sociedade continuam e a cada episódio da vida real (BIG POBRES 3) percebemos que eles se agravam.
Quais as nossas atitudes, quais os nossos anseios??? De subtração em subtração, não sentimos mais o cheiro das flores, nem o valor da vida, perdemos a referencia do certo e errado, isso quando não perdemos a própria vida... (À custo do quê mesmo?!)

Lamento pelo Sabotage, lamento pela nossa insignificância, lamento ter que escrever isso, lamento...


Wil CdeI

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