Ele não pegou HIV da boca dos cachorros, nem sujou a bota com o sangue da carnificina espetacular e cinematográfica. Apenas ordenou, ou passou à diante as ordens recebidas. Talvez não tenha dado nenhum tiro.
As vítimas da sua ordem de execução sumária não tinham direito algum. Um verdadeiro estorvo para a sociedade. Não eram humanos, não possuíam histórias, famílias, muito menos alma. Mofavam nos presídios pesando no bolso do Estado.
O megalomaníaco altruísta que cuidava da saúde dos presos do carandiru ganhou dinheiro com seu livro que virou filme. Todos aplaudiram, as salas de cinema lotaram. Mas não foi suficiente para cobrar providências. O homem que ajustou o dialeto do roteiro do filme e estrelou no cinema, egresso do mundo cão, morreu nesse meio tempo, Sabotage. Saudades, outra frustração. E claro, a polícia deve ter arquivado o caso. Foi mais uma brecha para a criação de outra facção carcerária, que agora aterroriza quem se auto intitula civilizado.
Os mesmos mecanismos que ampliam o abismo de classes também opera com a falta de vergonha, e faz com que um genocída condenado a mais de 600 anos de prisão responda eternamente seu processo em liberdade. Quero dizer, solto... Liberdade é outra história. Porém, cárcere privado nos "Jardins" soaria estranho. Quem sabe ele aguentaria uma semana no RDD (Regime de Detenção Diferenciado), que o Marcola tanto teme?!
Mas como um herói renomado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar e membro dos grupos de repressão durante a ditadura, ele até que durou muito. Fez muitas horas extras no Planeta Terra. Não me importo se isto parece um julgamento precipitado que estou fazendo. O fato é que cadeia é só pra otário. E que em qualquer lugar do mundo o destino dele não poderia ser muito diferente. Agora tá feito, será devorado pelas mesmas traças que destruíram a carne de suas vítimas. Porém é emérito, haverá sessão solene no seu enterro. Com bandeira do Estado e tiros de festim.
Não bastasse a vergonha da anistia aos torturadores da ditadura, não bastasse o massacre do Carandiru, não bastasse a morosidade da justiça, não bastasse o sujeito ser condenado e sua pena não ser executada. Não bastasse sua candidatura baseada no número 111. Agora vão dizer que o crime foi passional. Essa sociedadezinha medíocre não dará o braço a torcer se o PCC reivindicar a autoria do crime. E o verbo é esse mesmo, REIVINDICAR.
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